Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 18:45
- Atualizado há 5 anos
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, saiu em defesa da vacinação em massa da população brasileira e destacou o efeito positivo que a medida tem sobre novas infecções pela Covid-19 e novas internações hospitalares. A equipe econômica tem ressaltado que a vacinação é necessária para a economia retomar seu curso. A medida também poderia evitar um aumento drástico de gastos para bancar uma nova rodada de auxílio emergencial. >
Ao participar de evento promovido pelo Credit Suisse, Campos Neto iniciou sua apresentação mostrando os picos de casos e mortes por Covid-19 observados no Reino Unido e nos Estados Unidos, citando novas variantes mais contagiosas do vírus.>
O presidente do BC reconheceu que esse recrudescimento da pandemia tende a ter efeitos sobre a economia no primeiro trimestre do ano. Em seguida, ele mostrou dados sobre a vacinação no mundo, com 68,41 milhões de doses já aplicadas, e os efeitos da imunização em Israel, país já bastante adiantado no processo.>
Segundo os dados exibidos por Campos Neto, a partir de 13 dias após a aplicação da primeira dose da vacina em Israel, a média móvel de novas infecções entre os idosos imunizados, num período de sete dias, caiu drasticamente, de 18,3 para 6,3. Entre os que não tomaram a vacina, a média continua elevada, na casa dos 18.>
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"Se vacinar rapidamente os mais velhos, a internação vai para perto de zero rapidamente", mencionou.>
Com as evidências positivas das vacinas, o presidente do BC demonstrou confiança no plano de imunização brasileiro, apesar de impasses em importações de doses prontas e de insumos para fabricá-las no País. "A capacidade do Brasil de administrar vacinas é muito grande, o País já é o sexto em vacinas diárias", afirmou.>
Roberto Campos disse também que o Brasil teve uma "recuperação impressionante" do crescimento, com uma "acomodação e queda recente", mas ainda em nível acima de antes da pandemia. O fim dos estímulos na virada do ano, porém, pode se tornar um "vento contra", admitiu.>
"O Brasil está na mediana para melhor em termos de impacto dos gastos na recuperação", disse durante o evento. Apesar disso, ele ressaltou que o País foi um dos que mais gastaram para combater os efeitos da pandemia e, hoje, tem posição "desfavorável" em termos de dívida, com o indicador de dívida bruta perto de 90% do PIB.>
Outra consequência é o baque do fim dessas medidas. "O Brasil, como um dos que teve mais impacto, tem vento contra vindo do término dos estímulos", disse.>
Segundo Campos Neto, uma das consequências da estratégia do governo de privilegiar transferências de renda foi a pressão na inflação de alimentos, maior do que o observado em outros países emergentes. Em termos globais, a recuperação em V teve uma desaceleração na sequência, segundo ele.>
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