Publicado em 1 de novembro de 2021 às 14:23
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (1º) que o governo federal não tem interesse nos dividendos recebidos pelo lucros da Petrobras e que conversa com a equipe econômica para que esses recursos sejam revertidos para abater o preço do diesel. >
Durante visita à Itália, Bolsonaro disse ainda, em entrevista a jornalistas, que recebeu informações extraoficiais de que em 20 dias a estatal promoverá um novo reajuste nos preços dos combustíveis, e alertou que isso não pode acontecer.>
Na semana passada, o presidente havia defendido um "viés social" para a Petrobras e afirmou que a empresa deveria lucrar menos. >
Durante transmissão nas redes sociais, o mandatário voltou a declarar que uma possível privatização da petroleira entrou no radar do governo. Ele também defendeu uma mudança na política de preços, que atrela o valor dos combustíveis aos preços internacionais. >
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"Porque se é uma empresa que exerce um monopólio, ela tem que ter seu viés social, no bom sentido. Ninguém quer dinheiro da Petrobras para nada; queremos que a Petrobras não seja deficitária obviamente, invista também em gás -com mais atenção em gás- e não apenas em outras áreas. Então a gente quer uma Petrobras voltada para isso, mas carecemos de mudança de legislação que passa pelo Parlamento", disse o presidente. >
Criticada por Bolsonaro, a companhia defendeu na última sexta (29) que seu lucro retorna à sociedade, sob a forma de impostos, investimentos e dividendos para a União, seu maior acionista, que tem direito a R$ 23,3 bilhões do total anunciado. >
Na quinta (28), a Petrobras havia anunciado o pagamento de mais R$ 31,8 bilhões em dividendos, dobrando o montante previsto para este ano, como remuneração pelo lucro acumulado de R$ 75,1 bilhões nos nove primeiros meses de 2021. >
A companhia também informou, por meio de sua direção, que uma nova parcela de dividendos deve ser distribuídos no quarto trimestre. >
A alta dos combustíveis é uma fonte de reclamações dos caminhoneiros, que tentam fazer nova paralisação nesta segunda (1º). Os motoristas reivindicam a revisão da política de preços para os combustíveis, o cumprimento do piso mínimo do frete e aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição. >
Não houve, porém, adesão ao movimento. As estradas federais estavam livres na manhã desta segunda. Um ato em frente ao porto de Santos foi impedido pela Polícia Militar, atendendo a liminar judicial que proibiu o fechamento do acesso ao terminal. >
Postos de combustível e pontos de parada de caminhoneiros não tinham protestos ou movimentos grevistas em três das principais rodovias que passam por São Paulo. >
A Folha percorreu na manhã desta segunda (1º) a rodovia Presidente Dutra (que liga a capital paulista ao Rio de Janeiro) no trecho São Paulo-Taubaté (130km); a Dom Pedro 1º, no sentido Jacareí-Campinas (140 km); e a Fernão Dias, que liga a São Paulo a Belo Horizonte, no trecho Atibaia-SP (60 km). >
Em nenhuma havia protestos. >
Na última semana, o preço médio da gasolina subiu 3,1% nas bombas e alguns postos já vendiam o produto por R$ 7,889, como em Bagé (RS), de acordo com a pesquisa semanal de preços feita pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). >
O preço médio do combustível no país chegou a R$ 6,562 por litro, como reflexo de repasses do último reajuste promovido pela Petrobras, de 7%, na terça-feira (26). Esse patamar representa um novo recorde desde que a ANP começou a compilar os preços semanais, em 2002. >
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