Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 21:14
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (6) que não haverá taxação da geração de energia solar. >
"Ontem eu tomei uma decisão na questão da energia de origem solar, as placas fotovoltáicas. Eu tive com o presidente da Aneel agora há pouco, tive ontem, conversei com o Rodrigo Maia, com o Davi Alcolumbre, foi uma conversa bastante boa e resolvemos que não haverá taxação da geração da energia de radiação solar", disse ao sair de uma reunião sobre preço dos combustíveis no Ministério de Minas e Energia. >
"Isso vai estimular a geração de energia porque o Paulo Guedes bem sabe e nos adverte: se o Brasil crescer no corrente ano, nós vamos ter que ou rezar para que chova mais ou buscar outras fontes de energia para suprir a demanda com o crescimento da indústria brasileira", acrescentou.>
O tema já havia sido tratado por Bolsonaro no domingo (5) por meio de publicação nas redes sociais. Na véspera, ele disse ter conversado com os dirigentes das duas casas legislativas e que ambos deveriam colocar em votação um projeto para proibir que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumente as tarifas da energia solar.>
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"O presidente da Câmara porá em votação Projeto de Lei, em regime de urgência, proibindo a taxação da energia gerada por radiação solar. O mesmo fará o presidente do Senado", disse. Ao sair do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (6), o presidente reforçou o que havia afirmado nas redes.>
"Está uma comoção nacional sobre a energia solar. O governo, a decisão é minha, nenhum ministro, nenhum secretário, ninguém mais fala no assunto, está proibido falar no assunto. O governo não participa de qualquer reunião mais para tratar desse assunto. É tarifa zero", disse.>
Mais tarde, Rodrigo Maia usou as redes sociais para corroborar o que foi dito pelo presidente. "Acabei de ver um vídeo do presidente Jair Bolsonaro criticando qualquer nova taxação de energia solar. Concordo 100% com ele e vamos trabalhar juntos no Congresso, se necessário, para isso não acontecer.">
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também saiu em defesa de uma não taxação. "Conversei, ontem com o presidente da República Jair Bolsonaro e reafirmei que sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros", disse.>
"Meu compromisso como presidente do Senado é em defesa do Meio Ambiente e do cidadão brasileiro. Sou contra a taxação da energia solar, setor importante da energia limpa, que está em potencial crescimento. Reafirmo que sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros.">
Em vídeo publicado em suas redes no domingo (5) à noite, Bolsonaro disse que, se dependesse dele, não haveria uma revisão para aumentar a tarifa da energia solar no país. "É posição do presidente da República, no que depender de nós, não haverá taxação da energia solar", afirmou.>
Ele reconheceu, no entanto, que quem decide a questão é a entidade reguladora Aneel. "É uma agência autônoma. Seus integrantes têm mandato, e eu não tenho qualquer ingerência sobre eles. A decisão é deles", disse. "Deixo claro que nós, do governo, não discutiremos mais esse assunto.">
Com a meta de incentivar a geração de energia pelo Sol, a Aneel estabeleceu, em 2012, que o dono da casa onde fossem instalados painéis solares não pagaria encargos, subsídios e tributos pela produção, pelo consumo ou pela distribuição do excedente de energia. A própria agência, porém, já previa uma revisão desta medida em 2019. >
No ano passado, houve uma grande discussão acerca do tema. De um lado, as distribuidoras de energia alegavam que os incentivos dados estavam gerando custos para elas e os demais consumidores.>
Na outra ponta, o argumento era que o estímulo à energia limpa solar ainda se mostrava necessário porque o segmento não alcançou a maturidade desejada no país.>
De fato, a energia solar, no todo, ainda é incipiente. Segundo dados da Aneel, ela representa apenas 1,2% da matriz elétrica brasileira. É a sétima fonte, longe dos 61% das hidrelétricas e atrás da sua maior competidora, a eólica, que fica com 8,7%.>
A modalidade dessa geração saiu quase do zero em 2012, para mais de 660 megawatts atualmente. Uma consulta pública sobre o tema estava aberta na agência reguladora até o dia 30 de dezembro de 2019.>
As propostas levadas à Aneel deverão agora ser apresentadas e discutidas. A projeção do mercado é que o debate se arraste até o meio deste ano.>
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