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Bolsa fecha em alta de 2,21%, maior avanço desde 1º de setembro

Bolsa fecha em alta de 2,21%, maior avanço desde 1º de setembro

Ao final da sessão da tarde desta segunda-feira (05) , o índice de referência da B3 mostrava avanço de 2,21%, aos 96.089,19 pontos

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 18:05

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Movimentação Bolsa de Valores, índice BOVESPA na Bolsa de Valores de São Paulo, mercado, ações, negócios
Movimentação Bolsa de Valores, índice BOVESPA na Bolsa de Valores de São Paulo, mercado, ações, negócios. (Bruno Rocha/Agência O Globo/ Arquivo AG)

O Ibovespa acentuou ganhos à tarde, em alta na casa de 2%, recuperando a linha de 96 mil pontos neste começo de semana, com o impulso proporcionado por Nova York, pelo petróleo e por melhor percepção quanto aos sinais que chegam do Renda Cidadã. Ao final, o índice de referência da B3 mostrava avanço de 2,21%, aos 96.089,19 pontos, o melhor desde 1º de setembro (+2,82%), tendo oscilado hoje entre mínima de 93.984,23 e máxima de 96 414,17 pontos, com giro financeiro acomodado a R$ 21,9 bilhões na sessão. No mês, passa a subir 1,57%, ainda acumulando perda de 16,91% no ano.

Em razão de temores pelo lado da oferta - greve que pode afetar a produção da Noruega e nova tempestade tropical no Golfo do México -, o forte desempenho do petróleo colocou as ações da Petrobras entre os destaques do dia, com a PN em alta de 5,31% e a ON, de 4,90%, no fechamento. O setor de mineração e siderurgia também foi bem na sessão, em que Vale ON teve alta de 2,18%, Gerdau PN, de 5,83%, e CSN, de 5,60%. Os bancos também avançaram, com destaque para BB ON (+1,75%) e Bradesco ON (+2,21%).

Com o democrata Joe Biden cada vez mais à frente na disputa pela Casa Branca, por até 14 pontos percentuais de diferença nas pesquisas de intenção de voto, a troca de comando na maior economia do mundo começa a se delinear para o mercado, que passa a olhar como ficará a composição do Congresso. "A condição (de saúde) do presidente Trump melhorou no fim de semana e o otimismo é alto de que se recuperará, mas parece improvável que seja capaz de quebrar a liderança maciça de Biden", escreve em nota o analista Edward Moya, da OANDA, em Nova York.

A depender da composição do Legislativo, eventual governo democrata tenderia a conceder mais estímulos fiscais e, na condução da política exterior, a expectativa é por menos tensão com a China.

"Lá fora, o mercado começa a mostrar satisfação com eventual vitória do Biden. O debate da semana passada foi um fracasso para a tática divisiva de Trump, que começa a perder apoio inclusive nos segmentos da população em que tinha aprovação, entre os cidadãos de mais idade, e americanos brancos e protestantes. Assim, alguns fatores que submergiram no fim da semana passada, com a doença de Trump, foram para o preço hoje, como a ajuda sinalizada para as companhias aéreas nos EUA e a possibilidade de novos estímulos fiscais para a economia", diz Shin Lai, estrategista-chefe da Upside Investor Research.

O fato de Nova York ter renovado máximas no momento em que era confirmada a saída de Trump do hospital, para o início desta noite, sugere que ainda possa haver expectativa de recuperação não apenas da saúde do candidato à reeleição, mas também de sua inserção na campanha.

"Dia 15 de outubro é uma data importante para Trump, com compromissos na Flórida, estado vital para as suas chances. O fato de ter recebido logo alta mostra que ele pode estar de volta a uma agenda eleitoral antes do que se previa, em busca de reversão neste tempo que resta de campanha", observa Paloma Brum, economista da Toro Investimentos. "Trump é pró-mercado, e há preocupação, inclusive sinalizada por Jerome Powell, presidente do Fed, quanto ao nível de endividamento dos EUA. O estímulo de hoje é o imposto de amanhã - já há preocupação com esta calibragem", acrescenta a economista.

Aqui, a atenção segue concentrada na definição do Renda Cidadã e, após os ruídos políticos da semana passada entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, o relator do Orçamento de 2021 e da PEC do Pacto Federativo, Márcio Bittar (MDB-AC), indicou hoje que Guedes e a equipe econômica continuam de posse do "carimbo" e que a solução necessariamente respeitará o teto de gastos. "É um sinal positivo e, quando veio a público, contribuiu não só para a Bolsa, como também para aliviar o câmbio e desinclinar a curva de juros, com efeitos especialmente visíveis nas partes média e longa", diz Paloma, da Toro.

Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, IRB subiu 6,02%, seguido por PetroRio (+6,59%) e por Gerdau Metalúrgica (também +6,59%). No lado oposto, CVC caiu hoje 2,82%, à frente de Cogna (-1,67%) e de Embraer (-1,08%).

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