> >
BNDES avalia proposta para financiamentos na indústria de armas

BNDES avalia proposta para financiamentos na indústria de armas

Segundo o banco, a discussão ainda está em fase preliminar. Em caso de avanço, a proposta deve ser apresentada posteriormente para o Ministério da Defesa

Publicado em 18 de setembro de 2023 às 20:09

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda formas de ampliar financiamentos na indústria de defesa, responsável por produzir armamentos, munições e outros equipamentos de guerra.

Segundo o banco, a discussão está em fase preliminar. Em caso de avanço, a proposta deve ser apresentada posteriormente para o Ministério da Defesa e para o que o BNDES chamou de "comando de governo".

Edifício sede do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Centro do Rio.
Sede do BNDES: o banco considera a indústria de defesa um setor estratégico      . (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Em nota, o banco argumenta que a indústria de defesa é um setor estratégico para o país, gerando tecnologia, emprego e renda.

"No âmbito da nova política industrial do governo, o BNDES está em fase preliminar de discussão de alternativas de apoio ao complexo industrial da defesa, por meio de recursos públicos e privados", afirmou.

A instituição também disse que já apoia exportações do setor e que isso será mantido por meio da criação de um eximbank.

Eximbank é um organismo específico de fomento a exportações de bens e serviços. A criação desse mecanismo é defendida pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, desde a sua posse, ocorrida em fevereiro.

"A relevância desse setor para a neoindustrialização está expressa em uma missão específica definida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), e está incluída no Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", afirmou o BNDES.

O Novo PAC, lançado em agosto, promete investir R$ 52,8 bilhões em projetos de defesa. Os investimentos em iniciativas militares foram incluídos em 1 dos 9 eixos estabelecidos no modelo criado pela Casa Civil. A ação foi interpretada como um gesto aos militares após a sucessão de crises com o fim do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Orçamento

Em abril, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que o governo estudava proposta para elevar o orçamento das Forças Armadas a um nível equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Hoje nós gastamos 1,3% do nosso PIB nos investimentos das Forças Armadas", disse o ministro à época, em visita ao maior navio da Marinha.

"Estamos preparando uma proposta combinada com os três comandantes [das Forças] para apresentar primeiro um orçamento de 1,5% [do PIB], depois de 1,8%, depois de 2%, que é o número recomendado pela Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]."

Múcio foi acompanhado no evento em abril pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. Na ocasião, Olsen também defendeu elevar os recursos orçamentários da Defesa a 2% do PIB.

"O presidente Lula, desde o primeiro momento, mostrou-se preocupado em dotar as Forças de meios que correspondessem à altura da estatura política e estratégica do Brasil", disse o comandante à época.

O fomento à indústria é uma das bandeiras da atual direção do BNDES. Mercadante vem insistindo na ideia de que o país precisa se reindustrializar para gerar empregos de qualidade e inovação.

No seu discurso de posse, em fevereiro, o presidente do BNDES elogiou o fato de o Brasil ser a "fazenda do mundo", em razão do potencial de produção alimentos, mas disse que bens industriais de alto valor agregado também seriam essenciais para o desenvolvimento.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais