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Banco Central será mais cauteloso com juros depois do fim do ano

Banco Central será mais cauteloso com juros depois do fim do ano

Em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto disse que a autoridade monetária será mais prudente em 2020

Publicado em 20 de novembro de 2019 às 19:31

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência)

Qualquer decisão sobre a taxa Selic – juros básicos da economia – depois deste ano deverá ser tomada com cautela, disse nesta quarta-feira(20), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, ele disse que a autoridade monetária será mais prudente em 2020.

“O Copom [Comitê de Política Monetária] cortou a Selic para 5%. Deixamos indicado que entendemos que é possível fazer mais um movimento de igual magnitude e entendemos que qualquer movimento adicional tem que ser feito com cautela”, declarou Campos Neto.

Ao reduzir a Selic para 5% ao ano, no menor nível da história, o próprio Copom tinha indicado que os juros básicos sofrerão mais uma redução para 4,5% ao ano na próxima reunião do órgão, em dezembro.

INFLAÇÃO

Sobre a alta do dólar nas últimas semanas, Campos Neto disse que o Banco Central não mudará a política cambial e só tomará alguma providência caso a desvalorização do real afete a inflação, refletindo-se nos preços. Ele reiterou que o principal instrumento para segurar os preços continua a ser a taxa Selic, não intervenções no câmbio.

“O importante para gente é como o câmbio alimenta o canal de inflação. Eu disse que o importante é ver se esse movimento de câmbio está fazendo que a expectativa de inflação, na frente, seja elevada, porque isso acaba contaminando a curva de expectativa da inflação e, se isso estiver acontecendo, obviamente temos que agir, e me referi aos juros e não ao câmbio", disse.

Em audiência, ontem (19), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Campos Neto declarou que a inflação está em níveis baixos e estável no curto, médio e longo prazo.

POLARIZAÇÃO

O presidente do BC também comentou que a polarização política e a guerra comercial entre Estados Unidos e China têm afetado investimentos em todo o planeta. Segundo ele, o Brasil, assim como outros países, tem sido vítima de uma conjuntura internacional complicada, que desacelera o comércio e o crescimento econômico globais.

“Tem um tema muito importante também, além da guerra comercial, da tensão comercial, que é o tema geopolítico que nós estamos vendo em diversas partes do mundo, a polarização política. Tudo isso tem afetado os investimentos de uma forma mais definitiva”, comentou.

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Campos Neto compareceu à Comissão Mista de Orçamento para tratar dos objetivos e das metas para as políticas monetária, de crédito e cambial. Ontem (19), na audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele atribuiu a recente alta do dólar à frustração do leilão do excedente da cessão onerosa e anunciou um projeto para “redesenhar” a cobrança de juros no cheque especial.

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