Publicado em 21 de julho de 2020 às 18:45
O real teve dia de forte valorização, e foi a moeda com melhor desempenho internacional ante o dólar. O movimento foi reflexo de uma conjunção de fatores externos e internos. Nas notícias domésticas, a moeda americana bateu mínimas, na casa dos R$ 5,16, o menor nível desde o começo de junho, durante a solenidade no Congresso em que o ministro Paulo Guedes entregou a proposta de reforma tributária do governo ao Senado.>
No exterior, o dólar caiu para o menor patamar desde março em meio à aprovação do fundo bilionário de recuperação na Europa e do noticiário positivo sobre testes para vacinas contra o coronavírus. Operadores relataram ainda perspectiva de ingresso de capital por conta de captações corporativas.>
Nesse ambiente, o dólar no mercado à vista caiu 2,44% e encerrou em R$ 5,2113, menor cotação desde 23 de junho. No mercado futuro, o dólar para agosto terminou em baixa de 2,51%, em R$ 5,2060 às 17h. >
Após a cerimônia no Senado, investidores recompuseram posições, com o nível de R$ 5,16 atraindo compradores, e a queda do dólar, que havia superado 3%, passou para a casa dos 2,3%.>
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A simplificação do regime proposto pela reforma tributária do governo é "muito bem vinda", mesmo sem gerar receitas, avalia o diretor e economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, que participou de live nesta tarde do Estadão. "A carga tributária é extraordinariamente alta no Brasil", afirmou ele, que destacou ainda que o sistema tributário brasileiro é ineficiente e gera distorções. "O Brasil tributa muito e gasta mal.">
Para o economista do Goldman, apesar do empenho em avançar com a reforma tributária, a necessidade mais urgente do Brasil será prosseguir com a reforma fiscal, na medida em que o País já começou a pandemia com contas fiscais deterioradas. "O Brasil já tinha um problema sério, estava atrasado na agenda", disse ele. >
"A situação fiscal que já era precária, vai ficar ainda mais vulnerável. As reformas fiscais se tornaram mais importantes e urgentes." No exterior, a imagem do Brasil não está muito positiva, completa o economista>
No exterior, o DXY, índice que mede o dólar ante moedas fortes, operou hoje no menor nível desde março. O euro se valorizou, atingindo as máximas em seis meses, após a União Europeia conseguir aprovar o fundo bilionário, após dias de negociações e impasses. >
"O dólar é empurrado para novas baixas enquanto o apetite por risco ganha fôlego", avalia o analista de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. "Um acordo histórico foi alcançado", afirmaram os analistas do grupo financeiro holandês ING sobre o fundo de recuperação europeu, que teve quatro dias de controversas negociações.>
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