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Analistas preveem queda ainda menor para o PIB brasileiro

Analistas preveem queda ainda menor para o PIB brasileiro

Projeção do Boletim Focus para o Produto Interno Bruto de 2020 passa de -5,52% para -5,46%

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 11:34

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Vista aérea do Porto de Vitória e do Cais de Capuaba, onde será implantado o  Terminal de Granéis Líquidos (TGL)
Vista aérea do Porto de Vitória e do Cais de Capuaba, onde será implantado o Terminal de Granéis Líquidos (TGL). (Codesa/Divulgação)

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (24), a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,52% para queda de 5,46%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,77%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

A projeção para a produção industrial de 2020 seguiu em baixa de 7,68%. Há um mês, estava em baixa de 7,86%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 5,42%, ante 4,00% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,25% para 67,00%. Há um mês, estava em 67,40%. Para 2021, a expectativa permaneceu em 69,65%, ante 69,78% de um mês atrás.

DÉFICIT PRIMÁRIO

O Relatório Focus trouxe ainda alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 11,73% para 11,63%. No caso de 2021, foi de 2,80% para 2,67%. Há um mês, os porcentuais estavam em 11,50% e 2,90%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 15,00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, passou de 6,35% para 6,20%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,60% e 6,50%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

BALANÇA COMERCIAL

Os economistas do mercado financeiro também mantiveram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, em superávit comercial de US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era a mesma. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 52,75 bilhões para US$ 53,31 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,35 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 7,75 bilhões para US$ 6,96 bilhões, ante US$ 8,31 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 15,60 bilhões para US$ 15,30 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 15,60 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 foi de US$ 51,25 bilhões para US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,95 bilhões. Para 2021, a expectativa foi de US$ 65,96 bilhões para US$ 65,48 bilhões, ante US$ 64,10 bilhões de um mês antes.

SELIC

Para a Selic (a taxa básica da economia), as previsões também foram mantidas para o fim de 2020. A mediana das previsões continuou em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 2,75% para 3,00% ao ano, ante 3,00% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção passou de 4,75% para 4,50% ao ano, ante 5,00% de um mês antes. Para 2023, permaneceu em 6,00%, igual a quatro semanas atrás.

No início deste mês, ao cortar a Selic de 2,25% para 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".

Em função disso, conforme o BC, "eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva."

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus (Top 5), a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 1,88% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 2,00% ao ano, ante 2,25% de quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 seguiu em 4,50%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, permaneceu em 5,75%, igual a quatro semanas antes.

IPCA

As expectativas para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020 foram alteradas. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,67% para 1,71%. Há um mês, estava em 1,67%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,48%, ante 3,50% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,25%, igual a quatro semanas antes.

CÂMBIO

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O relatório mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 5,20, igual a um mês atrás. Para 2021, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio permaneceu em R$ 5,00, valor igual ao de quatro pesquisas atrás.

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