Formado em Administração, com MBA em Finanças pelo IBMEC e pós-MBA em Inteligência de Mercado pela FGV.

Juros americanos devem aumentar novamente e impactar investidor

A tentação de exagerar nas doses para apressar as coisas é grande, mas essa prática invariavelmente provoca efeitos colaterais. A outra é o ceticismo

Vitória
Publicado em 30/05/2022 às 11h36

Para desempenharem bem suas funções, os banqueiros centrais têm de ter pelo menos duas características. Uma delas é a paciência. Na maioria das vezes, é necessário esperar para que as decisões de política monetária façam efeito.

A tentação de exagerar nas doses para apressar as coisas é grande, mas essa prática invariavelmente provoca efeitos colaterais. A outra é o ceticismo.

A teoria por trás da atuação dos bancos centrais é bem conhecida. Mesmo assim, a economia é um organismo dinâmico e complexo demais. Por isso, é ilusão esperar que intervindo em uma só variável, ainda que importante como a taxa de juros, seja possível obter todos os efeitos desejados na inflação e no ritmo da atividade econômica.

Em seus quatro anos como chairman, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, mostrou ser tanto paciente quanto cético. Uma breve leitura do relatório da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano corrobora isso.

Dólar está em alta
Interferência nos EUA afeta o dinheiro em todo o mundo. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As decisões do dia 25 são bem conhecidas. Os juros americanos foram elevados em 0,5 ponto percentual para 0,75 por cento ao ano. Além disso, o balanço do Fed, que inflou de 4,4 trilhões de dólares para cerca de 9 trilhões durante a pandemia, será desidratado gradativamente.

Começando em junho, o balanço será reduzido em 47,5 bilhões de dólares por mês nos primeiros três meses. A partir daí, a redução será maior, 95 bilhões de dólares por mês, e vai durar até o balanço ficar do “tamanho adequado”, nas palavras do relatório, para uma condução eficiente da política monetária.

Com relação aos juros, o relatório confirmou as expectativas dos investidores. Além da elevação de maio, o Fed deverá aumentar os juros mais duas vezes, com altas de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. E o relatório revelou que a expectativa do banco central é aumentar as taxas em mais 1,25 ponto percentual até meados de 2023.

Assim, está claro que, para o Fed, por enquanto o teto do endurecimento da política monetária será atingido quando os Fed funds chegarem a 3 por cento ao ano.

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