Árbitro capixaba com maior número de atuações nacionais e internacionais, especializado em gestão esportiva,e que atuou em dez finais do Campeonato Capixaba, além de partidas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Cartão vermelho para o racismo! Árbitros negros sempre sofreram no Brasil

No Dia da Consciência Negra, relembramos e homenageamos alguns árbitros brasileiros e capixabas negros que, mesmo diante da grande competência, sofreram retaliação pela cor da pele

Publicado em 20/11/2023 às 16h33
Luiz Flávio de Oliveira, Devarly do Rosário e Márcio Chagas da Silva são profissionais de destaque na arbitragem brasileira
Luiz Flávio de Oliveira, Devarly do Rosário e Márcio Chagas da Silva são profissionais de destaque na arbitragem brasileira. Crédito: Cesar Grecco/ Palmeiras, FES/Divulgação e FPF/Divulgação

Ser árbitro de futebol, por si só, já é uma tarefa árdua. Imaginem sendo negro. Sabemos da existência e, infelizmente, admitimos xingamentos aos árbitros nas partidas de futebol, o que se tornou parte do espetáculo para muitos. No Dia da Consciência Negra, relembramos e homenageamos alguns árbitros brasileiros e capixabas negros que, mesmo diante da grande competência, sofreram retaliação pela cor da pele.

O maior exemplo é o ex-árbitro paulista Paulo César de Oliveira, que não participou de uma Copa do Mundo como representante do Brasil quando era disparado o melhor e mais preparado para receber a indicação da CBF, em 2006 e 2010, mas foi preferido pelo gaúcho Carlos Eugênio Simon, escolhido para apitar nas duas edições. Paulo César também sofreu ofensas racistas nas redes sociais sendo chamado de “macaco sem vergonha” por um internauta, o que o levou a registrar a ocorrência na delegacia de crimes virtuais.

Entre outras tantas ofensas, o árbitro gaúcho Márcio Chagas afirma que cansou de ouvir xingamentos racistas dentro e fora dos gramados pelo fato de ser negro, levando-o a largar o apito e interromper a carreira.

Outro episódio marcante foi a cusparada que o ex-jogador e atualmente apresentador de TV Neto deu no rosto do ex-árbitro negro José Aparecido, após ser expulso quando atuava pelo Corinthians em 1991. O próprio Neto mais tarde admitiu que o fez por racismo.

No Brasil ter um negro no comando exercendo autoridade sobre os demais, como é o caso de um árbitro de futebol, mexe com o orgulho de alguns menos inteligentes e que ainda vivem doentes com a imagem de que os negros são menores ou menos capazes.

Notem bem que até o charmoso uniforme preto dos árbitros de outrora foi substituído pelo de outras cores e, em virtude de tudo isso, fazemos nosso protesto e homenagem a Luiz Flávio de Oliveira, Devarly do Rosário, Emídio do Espírito Santo, Luciano Almeida, Wilson Amorim, José Aparecido, Paulo César de Oliveira, Antônio Carlos de Oliveira, José Ricardo Linhares, Jailson Freitas, Wagner Magalhães, Ubiraci Damásio e todos os outros negros que enfrentam ou entregaram o racismo e a intolerância dentro dos campos de futebol.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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