Arquiteto professor da Ufes e diretor do IAB/ES. Cidades inovacao e mobilidade urbana tem destaque neste espaco.

O que é melhor: papel higiênico no vaso sanitário ou na lixeira?

O papel higiênico não é nenhuma grande invenção, mas ele tem um relevante papel a cumprir, e até hoje não se inventou nada melhor para fazer as mesmas funções

Publicado em 06/08/2019 às 15h29
 Crédito: Pixabay
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Nos últimos dias andou circulando pela internet uma mensagem que começava com a pergunta: “O que é mais higiênico: enxugar a louça com pano ou deixa-la secar naturalmente?”

Trata-se de uma postagem ao mesmo tempo provocativa e informativa, que pretende apresentar um ponto de vista diferente ao senso comum, ou seja, naquele caso orienta-se deixar secar e não enxugar com pano, o que normalmente as pessoas costumam fazer, pois um pano de prato úmido acumula milhares de micro-organismos que podem contaminar o objeto a ser enxugado.

E assim é a vida, cheia de falsas verdades, que fazem muitas pessoas pensarem que estão agindo certo de uma determinada maneira, quando o correto seria o inverso.

Pra mim, a mais absurda é em relação a algo que faz parte do nosso dia a dia, sem distinção de raça, sexo, situação econômica, preferências políticas, artísticas ou culturais, afinal todos fazemos uso dele: o papel higiênico.

 Crédito: Pixabay
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O papel higiênico não é nenhuma grande invenção que se possa comparar com algo tão inovador como um chip de computador ou tão fascinante como um Porsche 911, mas ele tem um relevante papel a cumprir, e até hoje não inventou-se nada melhor para fazer as mesmas funções. Há diferenças de qualidade, claro, mas em geral é sempre a mesma coisa.

São três as condições para um papel higiênico ser um papel higiênico: áspero o suficiente para ser eficaz na limpeza – afinal, para isso ele foi inventado –, porém, também macio o suficiente para não causar dano ao usuário e, não menos importante, principalmente nos dias atuais, sua capacidade de diluição na água.

Um bom exemplo da diluição do papel higiênico na água é o seu uso como uma das opções para o papier mâché, ou papel machê, uma técnica artística bastante popular.

Mas no que tange à questão da falsa verdade, é extremamente comum encontrarmos em locais públicos, de aeroportos a supermercados, passando por hotéis, pousadas e restaurantes, a seguinte mensagem: “Não jogue papel no vaso sanitário”. Só que a mensagem pode ser ainda mais específica: “Jogue o papel higiênico no lixo”.

Ora, se o papel higiênico pode ser diluído em água, que está sempre no vaso sanitário, por que não se pode jogá-lo ali? Normalmente, argumenta-se contra o receio do entupimento do vaso sanitário. Mas que tal analisar sobre outra perspectiva: a da preservação do meio ambiente, questão tão urgente nos dias atuais?

Jogado no vaso sanitário, junto com as fezes e/ou a urina, o papel higiênico irá se diluir, sendo tratado pela concessionária de esgoto, que fará com que a água retorne à natureza, num ciclo sustentável. Jogado no lixo, pelo contrário, ele é um material contaminado, proliferador de doenças, enviado aos lixões – ainda comuns no Brasil – ou aos aterros sanitários. Em ambos os destinos, porém, as consequências para a natureza, para o nosso meio ambiente onde vivemos e onde viverão nossos netos, são funestas.

Daí que a ideia de que “não jogue papel no vaso sanitário” ou “jogue o papel higiênico no lixo” nada mais é que, entre tantas outras, uma falsa verdade.

Exatamente como agora querem fazer crer, ao dizerem que não houve uma ditadura militar no Brasil décadas atrás. Há mesmo um esforço em mudar a nossa tão dilapidada história. Só que, é importante frisar, um povo sem passado não possui futuro.

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