Com quase 100 anos de história, Academia ganha novo imortal

Hoje existem mais de duas dezenas de academias literárias e culturais espalhadas pelo nosso Estado, cada uma procurando se manter e produzir

Publicado em 18/07/2019 às 21h45
Sérgio Blank. Crédito: Fernando Madeira
Sérgio Blank. Crédito: Fernando Madeira

Hoje à noite, o poeta Sérgio Blank toma posse na cadeira 09 da Academia Espírito-Santense de Letras, antes ocupada pelo professor Américo Barbosa de Menezes. Sérgio Blank é o 175º escritor a adentrar os umbrais dessa casa, que, em setembro, completa 98 anos de existência.

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A Academia Espírito-santense de Letras foi fundada em 4 de setembro de 1921 e teve como idealizadores Alarico de Freitas, advogado; Elpídio Pimentel, professor; e Garcia de Resende, jornalista. Dom Benedito Alves de Sousa, bispo Diocesano de Vitória, e também um intelectual, foi escolhido como o primeiro presidente da AEL, e assim o foi até 1933. Em 1937, sob a liderança de Arquimimo Martins de Matos, a AEL foi reorganizada e seus membros passaram de 20 para 30 e, dois anos depois, 40, conforme o modelo de seu original, a Academia Francesa.

Nesses quase 100 anos de existência, a AEL tem tido seus altos e baixos, com períodos de maior ou de menor produtividade, já que é uma instituição cultural privada, sem fins lucrativos, a depender, exclusivamente, do suporte financeiro de seus membros e da boa vontade da sociedade em que se insere, com relação às questões culturais. Nesses últimos anos, a AEL tem tido como principal parceira a Secretaria de Cultura da Prefeitura de Vitória, com quem tem realizado convênios desde 2007, para publicar livros e a sua revista anual, cuja periodicidade anual se mantém desde 1998, quando fui eleito para a presidência pela primeira vez.

Hoje, existem mais de duas dezenas de Academias literárias e culturais espalhadas pelo nosso Estado, cada uma procurando se manter e produzir, remando contra a maré e as incertezas de um tempo de volatilidade de ideias, de subjetividades exacerbadas e de mudanças de paradigmas até em relação ao livro, à leitura e à literatura.

No entanto, as Academias literárias publicam suas obras, promovem concursos, saraus, feiras, seminários, lançamentos, encontros, convidando a sociedade a desviar os olhares das redes sociais, buscando reviver o afeto e a reflexão que a leitura, solitária ou compartilhada, recriam.

Sérgio Blank chega à nossa Academia Espírito-santense de Letras com o estatuto de poeta-mor que lhe atribuem alguns de seus colegas, trazendo para o nosso convívio a delicadeza, a leveza e a gentileza no trato com as palavras e com as pessoas. Desde a sua primeira obra poética, ainda jovem, revelou-se um poeta maduro que se aperfeiçoou com o tempo e moldado pelo sofrimento.

Talvez seja o primeiro poeta tout court (simplesmente) a entrar em nossa Casa de Letras, sem outro adjetivo que o qualifique, aquele que “escreve, porque além de ser impulsionado pelo sentimento e pela emoção, exercita uma forma de conhecimento, humaniza-se, plasmando o próprio mundo, fazendo de sua poesia a criação da vida, pela gestação de palavras”.

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