Gol no início, gol no final, virada, revirada e emoção até o último apito. Flamengo e Vasco empataram em 4 a 4, no Maracanã, na noite desta quarta-feira (13), em partida antecipada da 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Quando se trata de clássico, por mais que pareça estar desnivelado, a raça e a vontade de superar um arquirrival faz o confronto se equilibrar. Técnica, estratégia, uma boa dose de tensão e oito bolas balançando as redes fizeram cruz-maltinos e rubro-negros disputarem o melhor jogo do campeonato até aqui. O futebol em sua essência é apaixonante porque não possui uma fórmula mágica, é possível jogar de diferentes formas para surpreender o adversário. No Clássico dos Milhões, estilos completamente diferentes se chocaram e proporcionaram uma partida que certamente será lembrada.
Flamengo letal e Vasco surpreendente
Como de praxe, o Flamengo iniciou a partida elétrico. Em menos de um minuto, Everton Ribeiro abriu o placar contra um Vasco, que entrou em campo desacreditado, com pouquíssima torcida na arquibancada e que tinha tudo para entrar em desespero após ver sua estratégia de jogar com quatro volantes ir por água abaixo. Sem perder o ímpeto pelo gol, o Rubro-Negro tentou se impôr e criou uma segunda chance de gol com Gabigol, que parou na defesa de Fernando Miguel.
Com calma e organização poucas vezes mostradas no Brasileirão, o Vasco não se apavorou com o resultado desfavorável. Mas tentou colocar a bola no chão e criar. O empate veio em um contra-ataque mortal que terminou na finalização de Marrony. O gol jogou o Flamengo na lona, que ainda desorganizado em sua defesa viu Pikachu fazer uma jogada genial ao passar por Pablo Marí e sofrer pênalti de Rodrigo Caio. Gol do lateral vascaíno, que cobrou sem chances para Diego Alves. Ainda na primeira etapa, o Fla empatou. Em cobrança de falta ensaiada, Gabigol rolou para Rafinha, que aproveitou o cochilo da defesa vascaína e cruzou. A bola desviou em Danilo Barcelos e morreu no fundo da rede vascaína: 2 a 2.
Bruno Henrique endiabrado e o improvável Ribamar
Sozinho já dentro da pequena área, Marcos Junior colocou o Vasco mais uma vez à frente do placar em um erro de posicionamento grotesco da defesa do Flamengo. Fez o gol mais fácil do Gigante da Colina neste Brasileirão. Foi aí que entrou em cena um tal de Bruno Henrique, que faz uma temporada sensacional. A qualidade técnica do elenco do Flamengo é o ponto forte da equipe, mas quando o conjunto não funciona o individualismo resolve. Bruno Henrique puxou contragolpe ainda do campo de defesa, tabelou com Arrascaeta e finalizou par empatar.
A diferença de elenco de Flamengo e Vasco são gigantescas. As substituições escancararam isso. Jorge Jesus tirou Gerson e apostou em Vitinho, enquanto Luxemburgo tirou Marcos Júnior e colocou Bruno César. Resultado, Vitinho entrou com fome de bola e criou a jogada do quarto gol do Fla driblando Bruno Cesar, que faz uma temporada patética. Bruno Henrique aproveitou o cruzamento e acertou um lindo chute de esquerda para fazer 4 a 3 para o Flamengo. Quando o jogo caminhava para ter um vencedor, Luxa apostou sua última cartada: Ribamar. E não é que deu certo. Em uma bola desesperada para área do Flamengo, o atacante aproveitou toque de cabeça de Henríquez e testou para as redes. Tudo igual.
Limitações e inteligência de um lado, qualidade individual do outro
Sempre quando questionado que o Vasco atua com quatro volantes, Luxemburgo responde que Raul e Marcos Júnior jogam como meias. Ele deu provas que estava certo. O primeiro pisou na área para dar o passe para o gol de Marrony, enquanto o segundo marcou o terceiro do Vasco na cara do gol. Méritos do "Pofexô", que conhece as limitações do seu elenco e consegue tirar leite de pedra com esses jogadores. A marcação do Vasco também foi muito boa. Intensa até o time cansar no segundo tempo. E sem dúvidas, o time teve muito coração para lutar de igual para igual contra o melhor time do Brasil, até flertar com a vitória, e arrancar um empate no fim.
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O Flamengo é realmente um time diferente de tudo que temos visto pelo menos nos últimos cinco anos. Dono de um potencial ofensivo de causar pavor aos adversários. E foi isso que garantiu o empate. Arrascaeta e Everton Ribeiro pontuais, e Bruno Henrique avassalador. O conjunto deixou a desejar dessa vez. A defesa fez um jogo para esquecer. Marí foi dar bote em jogadores do Vasco fora da área e deixou a zaga desguarnecida e Rafinha marcou muito mal. Falhas que não serão perdoadas diante do River Plate na final da Libertadores. Nada de crise, mas um alerta do que deve ser melhorado.
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