Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

Botafogo protagoniza a maior pipocada da história do Brasileirão

Com o empate diante do Cruzeiro, Glorioso deu adeus a qualquer possibilidade de título, fica fora do G-4 e vê Palmeiras encaminhar o título

 Carlos Alberto olhando para a bola tão perto, mas tão longe simboliza bem o Botafogo olhando para a taça do Brasileirão
Carlos Alberto olhando para a bola tão perto, mas tão longe simboliza bem o Botafogo olhando para a taça do Brasileirão. Crédito: Jorge Rodrigues/Agif

É oficial! O Botafogo protagonizou a maior pipocada da história do Campeonato Brasileiro em sua era de pontos corridos. Com o empate em 0 a 0 diante do Cruzeiro na noite deste domingo (3), o Alvinegro deu adeus às chances de título, deixou o G-4 da competição e viu o Palmeiras colocar a mão na taça.

Tudo isso em um roteiro surreal, após ter realizado a melhor campanha da história do primeiro turno e abrir uma distância de 13 pontos para o segundo colocado na tabela. Até esta edição do Brasileirão, apenas cinco vezes um time que terminou líder no primeiro turno não foi o campeão. O Glorioso é o sexto clube a conseguir esta façanha desde 2003.

Na mesma esteira em que realizou feitos históricos no primeiro turno, o Botafogo apresentou uma queda de desenvolvimento absurda na reta final do Brasileirão. O Glorioso não vence na competição há dez partidas. Entre jogos marcantes, acumula duas derrotas de virada por 4 a 3 construídas com roteiros dramáticos, e sofreu três empates nos últimos minutos, sendo um contra o já rebaixado Coritiba.

A última vitória em casa do Botafogo aconteceu no dia 27 de agosto: um 3 a 0 sobre o Bahia. O time alvinegro está há mais de três meses sem vencer em casa, e isso diante de uma torcida que lotou quase todos os seus jogos.

Dentre fatos inusitados, há a ligação de Cristiano Ronaldo para o técnico Luis Castro, fator decisivo para levar o técnico português para o Al-Nassr, Luiz Suárez sendo escalado apenas porque o jogo mudou de estádio por conta do show da banda RBD e fazendo um hat-trick no Glorioso, e entre outros assuntos mais delicados como a grave doença do pai do atacante Tiquinho Soares, que visivelmente abalou o jogador que foi o craque do primeiro turno.

No fim, futebol é sobre a bola e tudo que está ao seu redor. E algumas escolhas também foram muito prejudiciais. Primeiro houve um erro ao trazer o inconstante e inventor Bruno Lage para substituir Luis Castro. Ao tentar implementar o seu estilo ao time, o treinador conseguiu fragilizar a equipe, que começou ali a perder suas características.

Bruno Lage caiu e a aposta veio no inexperiente Lúcio Flávio à frente do time. O então treinador ficou completamente perdido ao comandar um elenco em crise. No fim, última cartada em Thiago Nunes, que parecia ser o que sobrou no mercado. Técnico limitado e que já chegou com discurso de derrotado ao dizer que "o ano já era de excelência".

Dentro de campo faltaram jogadores cascudos, com experiência em decisões, em momentos de tensão. Sem isso, o time esfarelou. Passou a já entrar em campo derrotado e mal esboçar uma forma de reagir. As últimas atuações são terríveis. E nisso não há inusitado que entre em campo. Faltou bola e faltou gestão.

Em um exercício frio de análise do elenco do Botafogo fica claro que não é uma máquina como foi no primeiro turno, mas também não é esse time para campanha de rebaixado que foi no segundo turno. No início do Brasileirão, mirar o G-6 era um objetivo de ótimo tamanho, mas a trajetória que empolgou termina em um final melancólico. O torcedor se permitiu sonhar, acreditou que era possível, mas no fim restou apenas a frustração.

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