E professor de Economia

Com ocupação do Centro, governo acompanha o que acontece no mundo

Reocupação se dará através da utilização de imóveis de sua propriedade e que trará dois resultados. Um financeiro e outro de resgatar o movimento do Centro

Publicado em 18/07/2019 às 21h53
Cidade Alta, no Centro de Vitória. Crédito: Bernardo Coutinho
Cidade Alta, no Centro de Vitória. Crédito: Bernardo Coutinho

Em tempos de retrocessos internos e de deterioração da imagem do país no exterior, soa bem a notícia de que o governo do Estado pretende reocupar a cidade – como era conhecido antigamente o centro histórico de Vitória. Reocupação que se dará através da utilização de imóveis de sua propriedade e que trará dois resultados. O primeiro, de ordem financeira, deixará de pagar aluguéis altos em áreas de maior valorização.

O segundo, mais importante, é a reversão de movimento que vem desde a década de 1960. A partir do governo Christiano Dias Lopes, os poderes públicos municipal, estadual e federal elegeram a Avenida Beira-Mar, o aterro do Suá e a Reta da Penha como áreas de expansão de suas instalações. Órgãos existentes e novos criados deixaram o centro e contribuíram para a ocupação de novas áreas – como os aterros - e mudança de uso em outras já existentes.

As principais exceções ficam por conta da governadoria – nos palácios Anchieta e da Fonte Grande; de secretarias que ocupam o prédio onde funcionavam escritórios da CVRD em Vitória; e a Receita Federal. A exemplo do poder econômico, o político saiu do centro histórico e o esvaziou.

Esvaziamento acelerado pela mudança no sistema de funcionamento dos transportes públicos da Grande Vitória. Ao valorizar o movimento de passageiros entre terminais, o Transcol contribuiu também para que as principais avenidas do centro se transformassem majoritariamente em áreas de fluxo rápido de veículos.

Esvaziamento do centro histórico que pode ser revertido tanto com o anúncio referente ao uso do patrimônio imobiliário estadual, quanto com uma reconfiguração do corredor que liga o Saldanha à Rodoviária. Reconfiguração que deve priorizar a ampliação de calçadas e espaços de circulação e convívio de pessoas; o uso de faixas exclusivas para transporte público; a mais intensa utilização de espaços culturais ali concentrados.

A atuação do governo estadual na valorização do Centro está em compasso com o que vem acontecendo mundo afora. Territórios estaduais e municipais buscam contribuir com ações concretas de enfrentamento da emergência ambiental provocada pela forma como se produz, habita e circula. Daí a premência de fazer diferente.

A urgência da mudança é total. Mudanças para que países como o Brasil abandonem a agenda criacionista do atual governo federal. Mudanças que resultem em maiores compromissos de Estados e municípios com a sustentabilidade. Que elas venham logo e sempre.

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