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Choque no preço do gás é uma aposta para a retomada do crescimento

O redesenho do mercado de gás anima grandes companhias no território capixaba

Publicado em 25/07/2019 às 19h24
Rede de distribuição de gás. Crédito: Petrobras/divulgação
Rede de distribuição de gás. Crédito: Petrobras/divulgação

O Brasil precisa de choque de energia barata e bem difundida, envolvendo várias fontes. De preferência, limpas. É questão de competitividade e bem-estar social.

Para as circunstâncias e necessidade de urgência, o choque aplicado especificamente ao gás natural é muito oportuno. Aliás, chega com atraso de muitos anos. Mesmo assim, torna-se uma das grandes apostas do governo para incentivar a retomada do crescimento.

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O objetivo do Novo Mercado do Gás, lançado nesta semana, é reduzir significativa do custo (hoje anticompetitivo) do insumo para a indústria. Daí, é esperar que isso funcione como gatilho para destravar investimentos. Atualmente, o preço desse produto no Brasil é um dos mais altos do mundo. Três vezes mais do que nos Estados Unidos. Por isso, o uso no parque industrial brasileiro está estagnado há mais de dez anos. A utilização residencial também se ampliará com o gás mais acessível.

Espírito Santo espera muitos benefícios do novo mercado. Conforme o escrito do professor Orlando Caliman, publicado ontem neste espaço, o nosso Estado “importa mais da metade da energia que consome, ao mesmo tempo que exporta mais da metade do gás que produz”. Daqui saem aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia, mas o consumo interno é de apenas um terço desse volume. O restante segue para outros Estados em gasodutos. “Isso significa que estamos deixando escapar oportunidades de crescimento local”.

O redesenho do mercado anima grandes companhias no território capixaba. Dez delas, consumidoras de 90% do gás distribuído no Espírito Santo, já se movimentam para negociar com produtoras, como a Shell, a Equinor e a ExxonMobil, a compra direta do combustível vendido, no momento, apenas pela Petrobras.

O governo acha que a diversificação de fornecedores, poderá reduzir em até 40% o preço do insumo. O mercado determinará o percentual. Se for diligente, o anunciado Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural, poderá cooperar na dinâmica da concorrência, pela explosão da oferta, com o esperado aumento na produção do insumo.

Mas não se abre mercado só com uma canetada. É necessária boa regulamentação, com regras nítidas, e segurança jurídica. Além da previsibilidade regulatória, deve haver atenção à infraestrutura, ou seja, um modelo claro de instalação de gasodutos. Vamos torcer para dar certo.

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