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Vacina brasileira contra dependência em crack e cocaína é finalista de prêmio internacional

Vacina brasileira contra dependência em crack e cocaína é finalista de prêmio internacional

Vacina foi desenvolvida por cientistas brasileiros e é batizada de ´´Calixcoca``; segundo os cientistas, a vacina funciona no sistema imune, induzindo a produção de anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea

Publicado em 31 de maio de 2023 às 10:10

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Vacina brasileira contra dependência em crack e cocaína é finalista de prêmio internacional
Vacina brasileira contra dependência em crack e cocaína é finalista de prêmio internacional. (Freepik)

Uma vacina desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) contra a dependência em crack e cocaína está indicada ao Prêmio Euro, que reconhece o potencial de inovação dos profissionais latino-americanos de Medicina. Batizado de 'Calixcoca', o imunizante já teve a segurança e eficácia provados nas fases pré-clínicas do estudo e agora busca fundos para realizar os testes em humanos.

A Calixcoca funciona no sistema imune, induzindo a produção de anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica. Idealmente, a proposta visa bloquear a absorção da cocaína e dos seus derivados, como o crack.

"Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia da vacina nesta aplicação. Ela aporta uma solução que permite aos pacientes com dependência se reinserir socialmente e voltar a realizar seus sonhos", explica o professor e pesquisador responsável Frederico Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina.

O objetivo da vacina, que começou a ser desenvolvida em 2015, é impedir a dependência e "recaída" dos pacientes em tratamento, "dando mais tempo para eles reconstruírem sua vida sem a droga", segundo Garcia. Até o momento, o projeto foi completamente custeado por verbas públicas.

Os testes da fase pré-clínica também foram feitos com ratas grávidas e, segundo os resultados iniciais, a Calixcoca impediu que a cocaína e o crack chegassem à placenta ou ao feto. A patente da vacina já foi depositada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.

Os demais finalistas do Prêmio Euro são:

  • Plataforma multimédia "Nonu, acompanha-me para curar" (Costa Rica);
  •  A realidade virtual como suporte diagnóstico e terapêutico da ansiedade social (Chile);
  •  Capacete de Respiração Assistida Elmo (Ceará);
  • CircPress - Circuito Automático de Compressões Torácicas e Desfibrilação (Minas Gerais);
  • Endopróteses vasculares conectoras sem sutura - endoHub (Santa Catarina);
  • Desenvolvimento de um algoritmo para prever o benefício do tratamento em idosos com câncer (Chile);
  • AngelUS Soluções em Saúde (Minas Gerais);
  • Dispositivo de reexpanssion pulmonar (Colômbia);
  •  Desenvolvimento e validação de teste rápido para detecção de anticorpos IgG contra o HTLV-1 (Bahia),
  •  Projeto Hilab Lens: Leitor Hematológico Point-of-Care (Paraná), Machine Learning para Transplante - ML4Tx (São Paulo);
  •  Diagnóstico e vigilância de infecções virais por sequenciamento de nova geração (São Paulo), Projeto Aico - Esfíncter Artificial para Colostomias (Paraná);
  • Uso de realidade virtual imersiva no treinamento cognitivo de vítimas de traumatismo cranioencefálico (São Paulo).

O Prêmio Euro é oferecido pela farmacêutica Eurofarma e podem disputar qualquer profissional de Medicina com registro ativo nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, Equador, México, Colômbia, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Honduras e República Dominicana. Saiba mais sobre a votação aqui.

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