Publicado em 20 de outubro de 2022 às 13:50
BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta quinta-feira (20), uma resolução para endurecer a atuação contra as fake news nas redes sociais. O teor da norma foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo um dia antes.>
Por unanimidade, os ministros decidiram proibir a propaganda eleitoral paga na internet, com impulsionamento de conteúdos, no período que começa 48 horas antes do dia da votação e se encerra 24 horas após o segundo turno.>
Esse tipo de propaganda deve ser removido de forma imediata pelas redes, sob multa de R$ 100 mil a R$ 150 mil por hora de descumprimento das decisões. Ainda, uma nova regra também foi criada para dificultar que se espalhem conteúdos considerados fraudulentos ou ofensivos pelo plenário da corte.>
A resolução foi proposta pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que amplia os próprios poderes com o texto. Ele poderá, entre outros pontos, determinar a suspensão do acesso aos serviços de uma plataforma que descumprir decisões da corte.>
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A resolução também derrubou de 48 horas para até 2 horas o prazo para as redes sociais retirarem notícias falsas após decisões do tribunal. Esse prazo será ainda menor, de 1 hora, entre 48 horas antes da votação e 3 dias após o pleito. A multa será de R$ 100 mil caso as redes descumpram esses prazos.>
Pela lei atual, as campanhas só têm que suspender a propaganda online impulsionada, como anúncios pagos no Google, Facebook e Instagram, às 23h59 do sábado anterior ao pleito.>
No primeiro turno, houve inúmeros registros de anúncios impulsionados de candidatos que continuavam online da data do pleito.>
Nesta quinta-feira, o TSE também criou regra para dificultar que se espalhem conteúdos considerados fraudulentos ou ofensivos pelo plenário da corte.>
A assessoria de enfrentamento à desinformação irá indicar links com conteúdos idênticos àqueles que já foram derrubados pelo tribunal para que também sejam apagados pelas redes.>
Antes os advogados dos candidatos precisavam abrir novas ações para derrubar o link, mesmo que ele apresentasse conteúdo idêntico ao que já havia sido apontado como falso pela corte.>
O texto aprovado ainda autoriza o tribunal a mandar suspender contas na redes sociais de quem produz de forma "sistemática" desinformação.>
Na quarta-feira (19) o ministro teve reunião com as principais plataformas de redes sociais.>
No encontro, ele afirmou que a atuação das empresas foi razoavelmente boa no primeiro turno, mas que neste segundo turno a situação da desinformação está um desastre.>
Moraes afirmou ainda que as plataformas demoram para remover conteúdo e pressionou para que plataformas como YouTube, TikTok e Kwai não levem mais que quatro a cinco horas para remover vídeos após denúncias do tribunal.>
Segundo relatos de participantes, o YouTube teria se mostrado mais resistente a uma maior rapidez na remoção. Já o WhatsApp teria afirmado que a incidência de disparos em massa diminuiu nesta eleição e apoiou o pedido pela retirada mais rápida de vídeos nas plataformas de origem para inibir viralização.>
Já nesta quinta-feira Moraes elogiou o trabalho das redes sociais contra as fake news no primeiro turno. "Diria que foi muito satisfatório o resultado no primeiro turno", disse Moraes durante reunião do TSE.>
Ele ainda afirmou que aumentou a difusão de notícias falsas no segundo turno, e que os conteúdos são mais agressivos. "Não leva a nada, leva à corrosão da democracia", disse Moraes.>
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