Publicado em 5 de outubro de 2019 às 19:06
FOLHAPRESS - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) conversava com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada neste sábado (5) quando um homem perguntou sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). "Tá com sua mãe", respondeu o presidente. Bolsonaro andou de moto no terreno do Palácio e parou para falar com visitantes. >
Depois de ouvir elogios, conversar brevemente e tirar fotos, escutou a pergunta, feita por um homem que estava de bicicleta e que não se identificou. >
"E o Queiroz?" Bolsonaro então respondeu duas vezes "tá com sua mãe" enquanto colocava o capacete para retornar ao palácio.>
Após a saída do presidente, um apoiador de Bolsonaro chegou a bater boca com o ciclista, mas depois ambos deixaram o local.>
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O Ministério Público do Rio de Janeiro chegou a abrir investigação sobre suspeitas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso que envolve o filho do presidente.>
As suspeitas estão ligadas ao gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O filho do presidente foi deputado estadual de 2003 a 2018.>
A Promotoria suspeita de um esquema conhecido como "rachadinha", em que servidores são coagidos a devolver parte do salário para os deputados. A apuração tem origem em relatório do Coaf (hoje chamado de Unidade de Inteligência Financeira) que apontou movimentações atípicas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.>
Flávio é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os crimes supostamente praticados estão ligados ao gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.>
O filho do presidente foi deputado estadual de 2003 a 2018 e, segundo o Ministério Público, há indícios robustos desses crimes de 2007 a 2018, período em que Fabrício Queiroz, pivô da investigação, trabalhou com o então deputado estadual como uma espécie de chefe de gabinete.>
Relatório do Coaf apontou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária do ex-assessor de Flávio na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro de, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo, em data próxima do pagamento de servidores da Assembleia.>
Queiroz já admitiu que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado. >
Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, a quebra de sigilo bancário e fiscal autorizada pela Justiça na investigação do Ministério Público do Rio sobre Flávio atingiu pessoas que nem sequer foram nomeadas pelo senador e não tiveram nenhuma transação financeira com Queiroz.>
A peça do Ministério Público também atribui equivocadamente ao gabinete de Flávio uma servidora da Assembleia que acumulou outro emprego e apresenta falhas ao relatar suspeitas contra Queiroz. >
Em entrevista à Folha em julho, Wassef afirmou que barbaridades foram cometidas na investigação contra Flavio. "O que não podemos é o poder ilimitado e sem controle de alguns membros do Ministério Público adentrar na vida financeira de qualquer indivíduo", afirmou o advogado.>
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