Publicado em 17 de agosto de 2022 às 09:05
- Atualizado há 3 anos
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As vacinas disponíveis contra a varíola dos macacos são seguras, mas faltam dados sobre a eficácia dos imunizantes, afirmou Rosamund Lewis, líder técnica da OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta (17).>
"Sabíamos desde o princípio que as vacinas não seriam uma bala de prata", disse a especialista em uma coletiva de imprensa organizada pela entidade. Mesmo assim, pesquisas já indicam certa eficácia em barrar a evolução da doença, além da importância de adotar outras medidas de prevenção.>
Lewis explicou que ainda não existem estudos clínicos randomizados o padrão ouro em pesquisas científicas sobre a eficácia das vacinas no surto atual. Mesmo assim, eles podem acontecer.>
"Vemos que estudos controles randomizados são viáveis e encorajamos os países a fazerem", afirmou.>
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Mas já existem outras evidências sobre a eficácia dos imunizantes. Segundo Lewis, algumas investigações observacionais relataram a redução da infecção e gravidades em casos onde a vacina é aplicada no esquema de pós-profilaxia. Nesses casos, a vacina é aplicada em uma pessoa que teve contato com alguém infectado a fim de barrar a evolução da doença.>
A fala da líder técnica alerta principalmente para o fato de que é recomendável adotar outras ações de prevenção, além da vacinação, no caso de pessoas que se sintam em maior risco de contrair a doença. Uma delas é diminuir o número de parceiros sexuais, já que a maior parte das infecções estão ocorrendo durante as relações sexuais.>
Fora do sexo, outras medidas também podem ser tomadas, como evitar aglomerações onde ocorrem contato de pele a pele e isolamento de pessoas suspeitas e com diagnóstico confirmado para a varíola dos macacos.>
Lewis também lembrou que, ao tomar a dose, é importante esperar no mínimo duas semanas para o imunizante fazer efeito.>
Atualmente, a vacina Jynneos, da farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, é o único imunizante licenciado no mundo para a varíola dos macacos. Ela já foi aprovada para prevenção da doença por importantes agências internacionais, como o FDA (Agência de Drogas e Alimentos dos EUA) e a Comissão Europeia.>
Outra possibilidade é a utilização de vacinas que foram desenvolvidas para prevenção da varíola comum. Um desses casos é a ACAM2000, que está sendo adotada contra a varíola dos macacos nos Estados Unidos.>
Para o Brasil, são previstas 50 mil doses do imunizante Jynneos. Espera-se que 20 mil delas cheguem em setembro e o resto em outubro.>
Vacinas para outras doenças também não demonstraram 100% de eficácia na prevenção. A Covid-19 é um exemplo: os imunizantes disponíveis são eficazes para evitar quadros graves, mas não evitam a infecção do vírus.>
Sylvie Brand, diretora da área de preparação global para riscos de infecção, alertou durante a coletiva de imprensa que é importante combater as fake news e acompanhar informações oficiais e seguras, como no caso da vacinação contra a varíola dos macacos.>
"Talvez elas possam recusar uma vacina que possa salvar sua vida", exemplificou Brand, citando casos de pessoas que desistem de se imunizar por conta de fake news.>
Atualmente, já são mais de 35 mil casos confirmados da varíola dos macacos em 92 países. No Brasil, já foram 3.184 diagnósticos confirmados até esta terça-feira (16), segundo dados do Ministério da Saúde.>
Além dos casos, a OMS já registrou 12 mortes por varíola dos macacos em todo o mundo.>
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