Publicado em 17 de novembro de 2021 às 07:54
A política econômica de um eventual novo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser direcionada ao combate à pobreza, mas também tendo como foco avançar na pauta de reformas econômicas. >
Segundo Nelson Barbosa, ministro da Fazenda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, caso o petista vença as eleições de 2022, seu primeiro ano de governo precisa ser usado para tratar de mudanças importantes na estrutura da onerosa máquina pública do país.>
Uma reforma tributária que possa ajudar a destravar potencial de crescimento econômico para 2023 e 2024 foi apontada como uma das prioridades dentro da agenda de candidatura do ex-presidente Lula.>
"Lula é um experiente líder, que consegue lidar com as pressões políticas, enquanto parece que o [presidente Jair] Bolsonaro [sem partido] não quer ser o presidente, que ele não quer tomar as decisões. Acho que vai ser uma completa tragédia se ele [Bolsonaro] for reeleito", afirmou Barbosa, durante evento do banco de investimento Bradesco BBI na tarde desta terça-feira (16).>
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O ex-ministro disse que a economia brasileira tem potencial de crescer ao redor de 3% ao ano, sem que sejam criadas grandes pressões inflacionárias. Muitos investimentos no setor privado foram postergados pela incerteza sobre o quadro político do país à frente, mas que devem ser retomados quando houver uma clareza maior no horizonte, disse Barbosa.>
"Se as coisas ficarem menos caóticas, muitos projetos, mesmo do setor privado, podem ser implementados, e podemos acelerar o crescimento em 2023 e 2024", afirmou o ex-ministro, que disse que vem participando das discussões em torno da plataforma econômica da candidatura petista.>
Ex-presidente do BC (Banco Central), Gustavo Franco afirmou que a expectativa quanto a um período de elevada volatilidade nos preços dos ativos no mercado nos próximos meses por conta das eleições pode acabar desapontando muita gente.>
Ele chefiou a autoridade monetária de agosto de 1997 a março de 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso.>
"Toda vez que as pessoas dizem que vai ter volatilidade no mercado de câmbio, [essa volatilidade] já aconteceu. Os mercados são mais rápidos do que se pode imaginar. Por isso, talvez a gente não veja muito mais volatilidade a partir de agora até as eleições, porque já vimos essa volatilidade acontecer. Os mercados se antecipam", disse Franco durante o evento do banco.>
Christopher Garman, diretor para as Américas da consultoria política Eurasia Group, afirmou que o cenário-base com o qual trabalha aponta para uma disputa no segundo turno entre Lula e Bolsonaro, com a vitória do ex-presidente como sendo o desfecho mais provável hoje.>
Garman afirmou também que espera que o discurso do petista guarde alguma semelhança com o que foi observado no recente processo eleitoral nos Estados Unidos, em que o presidente americano Joe Biden seguiu por uma linha em direção ao centro político, com vistas a uma unificação.>
"Acredito que o melhor script [planejado pelo PT] é apresentar Lula como um candidato que pode unificar o país, contra uma administração que eles vão dizer que o dividiu", disse o especialista.>
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