Publicado em 18 de junho de 2021 às 14:27
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (18) que, após a reforma tributária, a Receita Federal não terá mais o poder de regulamentar e soltar resoluções que legislem sobre o tema. >
Lira participou na manhã desta sexta de uma videoconferência sobre reforma tributária promovida pela diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).>
Na conversa, ele disse que teve uma reunião com a Receita Federal para tratar do tema. "A Receita não pode e não vai continuar com o poder de regulamentar, de soltar resoluções que fiquem legislando em cima da nossa legislação tributária, que é muito mais difícil", afirmou.>
"Eles não gostaram, mas vão receber essa determinação de lei, através de PEC [Proposta de Emenda à Constituição], que é proibido", continuou.>
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"Eles vão ter que interpretar a lei tributária que nós aprovarmos, e não criar um código com 2.000, 3.000 resoluções a cada ano, para enlouquecer um sistema que aí é onde pesa na parte contábil de cada empresa, é você fazer uma prestação, é você fazer o pagamento dos seus impostos e ao final você não ter certeza se vai ser autuado ou não, porque a próxima resolução vai alterar esse quadro.">
A PEC a que o presidente da Câmara se referiu na videoconferência deve começar a tramitar pelo Senado, dentro de uma reforma fatiada e que contempla mudanças no Imposto de Renda, unificação de PIS e Cofins e refinanciamento de dívidas tributárias.>
O projeto de regularização tributária estava na pauta desta quinta-feira (17) no Senado, mas a votação da medida provisória da Eletrobras adiou a discussão. O texto deve ser relatado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e reabre o prazo de adesão ao Pert (Programa Especial de Regularização Tributária).>
Na conversa, Lira informou que o governo deve enviar na próxima quarta-feira (23) o projeto que trata das mudanças no Imposto de Renda para pessoa física, jurídica e nos dividendos de empresas.>
A expectativa do governo é de uma reforma moderada e possível, na avaliação do próprio ministro Paulo Guedes (Economia).>
No plano considerado ideal pelo ministro, o imposto aos moldes da extinta CPMF poderia ser usado para compensar a perda de receita com a redução de outros tributos.>
Sem a arrecadação anual de R$ 120 bilhões estimada para o novo imposto, a equipe econômica afirma que não será possível fazer a redução de encargos trabalhistas e outras reduções de alíquotas. A discussão sobre um novo imposto digital deve ficar para as últimas fases da reforma.>
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