Publicado em 7 de maio de 2020 às 14:35
Ao menos quatro estados brasileiros já têm mais de 90% dos leitos de terapia intensiva destinados a pacientes com Covid-19 ocupados. >
Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Roraima são os que vivem situação mais grave, com taxas de ocupação de vagas de UTI estaduais que variavam entre 100% e 93% na segunda (4) o número muda diariamente, conforme a liberação de leitos por alta médica e mortes.>
Um dos primeiros a registrar colapso no sistema de atendimento a pacientes graves, o Amazonas continua em situação crítica, a despeito do recente apoio do governo federal.>
O governo informou que 87% dos 171 leitos de UTI estão ocupados, mas relatos de profissionais de saúde indicam que as UTIs da rede estadual em Manaus, a única cidade do estado com esse serviço, estão trabalhando na capacidade máxima.>
>
O hospital de referência Delphina Aziz está cheio desde 10 de abril. De lá para cá, o governo do estado e a prefeitura da capital abriram um hospital de retaguarda e um de campanha, respectivamente.>
Nesta semana, o estado recebeu 267 profissionais de saúde contratados pelo Ministério de Saúde. Funcionários do Delphina, porém, dizem que o principal gargalo lá é a falta de respiradores.>
Entre as capitais, já são oito as com índice acima de 90%. Além de Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Fortaleza e Boa Vista, as cidades de São Luís, Belém e São Paulo estão próximas de um colapso para o atendimento de pacientes graves.>
O cenário de escalada da doença fez as prefeituras de Belém, São Luís e Fortaleza adotarem nesta semana medidas mais rígidas de isolamento social, com o bloqueio total de atividades não essenciais.>
O RJ, que já registra filas para ocupação dos leitos há duas semanas, tinha 97% dos leitos estaduais de UTI para Covid ocupados nesta segunda. Restavam no estado apenas 12 das 399 vagas disponíveis.>
Elas estão em dois hospitais: um fica na cidade de Volta Redonda e já recebe pacientes da capital. O outro fica no Leblon, na zona sul carioca, e é o único hospital de campanha estadual inaugurado até agora com 42 dos 100 leitos de UTI previstos.>
O governador Wilson Witzel (PSC) prometeu criar dez desses hospitais temporários até o fim de abril, com 990 vagas de UTI, mas eles estão atrasados. Enquanto isso, a fila por leitos de cuidado intensivo se acumula, e pacientes aguardam por dias em unidades inadequadas. Eram 363 pessoas à espera de transferência no estado na segunda (4).>
Em Pernambuco, com ocupação em 98%, já há filas com mais de cem pacientes aguardando por vaga de UTI. O Pará, que na semana passada teve mais de 90% dos leitos de terapia intensiva ocupados, reduziu a ocupação para 84% com a abertura de novos leitos.>
Já em Roraima, o hospital geral do estado está com lotação máxima em sua UTI destinada ao tratamento da Covid-19. Até a última semana, eram 10 vagas no local, que foram ampliadas para 14. Nesta segunda-feira, havia 14 pacientes na UTI, segundo a pasta.>
Enquanto o país vive escalada dos casos graves de Covid-19, parte dos estados reduziu o ritmo de abertura de leitos de terapia intensiva na última semana. A falta de respiradores é o principal entrave.>
São Paulo, por exemplo, aguarda esses equipamentos para disponibilizar, gradativamente, mais 1.800 leitos. Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, respiradores devem chegar a partir desta quinta (7) e serão instalados nos hospitais da região metropolitana.>
O estado está com ocupação de 69% dos 5.017 leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19, mas a situação é mais crítica na Grande São Paulo, onde o índice está perto de 90%. Na segunda, os internados em unidades de terapia intensiva devido à doença já chegavam a 3.457.>
No Ceará, que tinha ocupação de 93% no estado e 97% na capital, o governo espera a chegada de 700 respiradores comprados de fornecedor da China. O governador Camilo Santana (PT) informou que o primeiro lote com 200 equipamentos deve ser recebido ainda nesta semana.>
A Bahia, que chegou a ter carga de 300 respiradores confiscada nos EUA, aguarda 500 novos para ampliar a rede de atendimento. O hospital de campanha no estádio da Fonte Nova, por exemplo, deve ter as obras concluídas na segunda (11), mas não poderá funcionar sem os equipamentos.>
Ao todo, os estados abriram pelo menos 980 leitos de UTI na última semana para casos de Covid-19. Na maioria, contudo, foram adotadas estratégias como o remanejamento de vagas dentro da própria rede hospitalar e a incorporação de leitos privados.>
Outras regiões já começam a preocupar, com ocupação acima de 60%, como Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Minas Gerais informou taxa de 64%, mas não faz separação dos leitos comuns e dos leitos destinados a pacientes com o vírus.>
A Bahia tem 58% dos leitos de UTI ocupados, porém em Salvador a estimativa é que as UTIs fiquem lotadas em dez dias, caso não haja expansão da rede de atendimento.>
Nos demais estados, a ocupação está abaixo de 50%, mas houve rápido crescimento do número de pacientes graves comparado à semana passada.>
No Paraná, que nos últimos dias atingiu a marca de 1.500 casos e 99 mortes, a taxa de ocupação passou de 15% para 29% em uma semana. Já Tocantins viu salto de 10% para 31% no mesmo período o estado tem 10 dos 32 leitos de terapia intensiva ocupados, com a possibilidade de acréscimo de 72 vagas.>
Estados do Centro-Oeste têm um cenário mais tranquilo. Em Goiás a ocupação dos leitos de UTI praticamente se manteve na última semana: das 45 vagas disponíveis no hospital de campanha em Goiânia e no Hospital de Urgências em Anápolis, 19 estavam preenchidas na segunda, ante 18 na semana anterior.>
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também permanecem em situação mais confortável. O primeiro avançou de 14 "vagas para 98 em uma semana, e o segundo só tem 2 das 152 UTIs públicas para Covid ocupadas.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta