Publicado em 24 de novembro de 2020 às 11:49
A professora Ana Lúcia Martins (PT), primeira vereadora negra eleita em Joinville (SC), voltou a receber ameaças de morte, desta vez junto com Alisson Júlio (Novo), que é cadeirante e foi o vereador com mais votos na cidade. >
A nova ameaça foi enviada por email aos dois eleitos, a defensores de direitos humanos e ativistas contra o racismo. >
"Eu avisei que se vocês fossem na polícia eu ia ficar sabendo", diz a mensagem. "Pois agora você vai morrer também. Dei um crédito por você ser branco, mas você pisou na bola".>
A mensagem tem ofensas racistas contra Ana Lúcia e discriminatórias contra Alisson.>
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"O vereador Alisson Júlio manifestou publicamente sua solidariedade a mim e registrou um BO. Esse gesto desencadeou violenta reação de quem fez os ataques", disse Ana Lúcia.>
"Precisamos saber quem está por trás desses ataques e que os envolvidos sejam responsabilizados criminalmente. São ameaças de morte diretas para duas pessoas eleitas democraticamente".>
A direção do partido Novo de Joinville divulgou uma nota de repúdio e pediu às autoridades que identifiquem o responsável.>
Na manhã de domingo (22), a Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de um suspeito das ameaças.>
O mandado judicial foi cumprido em Joinville por policiais da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso, com a participação do Instituto Geral de Perícias.>
Um inquérito foi aberto e o caso tem sido apurado, inicialmente, como injúria racial e ameaça. De acordo com a Delegada de Polícia Cláudia Gonçalves, as investigações continuam.>
"Sabia que não seria fácil. Estava ciente que enfrentaria uma certa resistência em uma cidade que elegeu apenas na segunda década do século 21 a primeira mulher negra. Só não esperava ataques tão violentos", afirmou Ana Lúcia, em nota publicada nas redes sociais após os primeiros ataques.>
Segundo a advogada, Andreia Indalencio Rochi, Ana Lúcia também teve sua conta de Instagram invadida no dia da eleição. "Quando começou a apuração, com os primeiros resultados, a Ana teve uma invasão no Instagram. Apagaram algumas fotos e fizeram algumas coisas, mexeram no perfil", afirmou.>
No dia seguinte começaram as ameaças no Twitter, dizendo que precisam matá-la para um suplente branco assumir, que fascistas mandam e que ela precisa se cuidar.>
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