Publicado em 5 de julho de 2021 às 16:36
O Partido Novo decidiu apoiar formalmente o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, em razão, sobretudo, de seu desempenha no combate à pandemia da Covid-19.>
"Na avaliação do Novo, alguns dos crimes cometidos são omissões e péssimas ações na gestão da pandemia, descaso com a aquisição das vacinas e possível prevaricação em denúncia de esquema de corrupção na compra do imunizante Covaxin", diz nota divulgada pelo partido, após deliberação tomada pelo seu diretório nacional nesta segunda-feira (5).>
Segundo o presidente do partido, Eduardo Ribeiro, as recentes suspeitas com relação à compra de vacinas pesaram na decisão.>
"Não bastasse o descaso com a compra das vacinas, surge então a suspeita de um grande esquema de corrupção, o que é completamente inaceitável", diz Ribeiro.>
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Outros pontos destacados pela legenda são a possível interferência do presidente Jair Bolsonaro em investigações da Polícia Federal, como denunciou o ex-ministro Sergio Moro.>
"Além dos crimes relacionados à pandemia, Bolsonaro também agiu para interferir na Polícia Federal, Ministério da Justiça e Abin", diz nota do partido.>
De acordo com Ribeiro, a eventual participação do partido em manifestações de rua contra Bolsonaro ainda está sendo discutida.>
"Vai depender de quem estiver organizando. Não queremos criar confusão com extremistas do outro lado", afirmou. Segundo ele, é possível que o partido esteja em manifestações em datas diferentes dos atos promovidos pela esquerda.>
A bancada federal do Novo tem oito integrantes, mas parte dos deputados têm resistência ao apoio ao impeachment. Já o diretório nacional tem tendência maior de fazer oposição a Bolsonaro.>
Segundo o líder da bancada federal, deputado Vinicius Poit (SP), já há elementos suficientes para se falar em abrir processo por crime de responsabilidade contra Bolsonaro.>
"Estamos falando da abertura do processo, que depois seguirá seu curso. Nesse caso, vale o ditado de que quem não deve não teme. Por que Bolsonaro não enfrenta essa questão de uma vez por todas?", afirmou Poit.>
Segundo ele, os integrantes da bancada que forem contrários à decisão do diretório terão liberdade para defender esse posicionamento.>
Entre os parlamentares do Novo, quem costuma ser mais crítico do impeachment é Marcel van Hattem (RS).>
Poit disse que a tendência é o partido participar de atos de rua quando a situação da pandemia melhorar. "Enquanto não tem todo mundo vacinado, ir para a rua é fazer a mesma coisa que os outros fazem e nós criticamos", disse.>
Fundador do partido e ex-candidato a presidente, João Amoêdo elogiou a decisão em uma rede social.>
"Importante decisão do Novo. É fundamental que todos os partidos que desejam construir uma terceira via apoiem o processo de impeachment de Bolsonaro", escreveu.>
Amoêdo apoiou Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2018. Recentemente, ele chegou a anunciar nova candidatura presidencial em 2022, mas depois desistiu.>
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