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Para se salvar de fiasco, PT busca refúgio em aliados de Rose

Para se salvar de fiasco, PT busca refúgio em aliados de Rose

Para salvar seus candidatos a deputado federal, a tendência é que o partido se abrigue na coligação da senadora Rose de Freitas (Podemos), pré-candidata ao governo

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 15:12

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João Coser, presidente estadual do PT. (Gazeta Online)

Pode procurar à vontade. Dificilmente você vai encontrar algum partido que esteja em situação mais complicada que o PT no Espírito Santo, neste reta final de articulações de chapas visando às eleições de outubro.

O prazo para realização das convenções, nas quais as decisões oficiais devem ser tomadas, termina no próximo domingo (5). É a data da convenção do PT, não sem motivo jogada para o limite do prazo: até este momento o partido não sabe o que fazer. Porém, para salvar seus candidatos a deputado federal e se salvar de um desastre geral nas urnas, a tendência é que o partido se abrigue na coligação da senadora Rose de Freitas (Podemos), pré-candidata ao governo.

A prioridade absoluta do PT é a eleição de deputados estaduais e, acima de tudo, federais. Para isso, a primeira opção é buscar viabilizar alianças com outros partidos, formando coligações nas disputas proporcionais (para a Assembleia e a Câmara). Essa é a tática que ficou definida em encontro estadual realizado no último sábado. O problema é: com que outros partidos?

Ninguém até o momento demonstra muito entusiasmo em se coligar com o PT. Na eleição de deputados federais, o partido possui uma chapa considerada “pesada”, que afugenta potenciais parceiros, formada por dois candidatos competitivos: o deputado federal Helder Salomão, que buscará a reeleição, e o presidente estadual do PT, João Coser, que tentará voltar à Câmara.

Pelas estimativas de dirigentes petistas, os dois juntos podem alcançar cerca de 150 mil votos. Não é suficiente para se eleger um deputado federal, já que, neste período de muitas contas, todos os dirigentes partidários trabalham com um quociente eleitoral de 170 mil votos para fazer uma cadeira na Câmara. Ou seja: para ter chances de eleger os dois, a única opção para o PT é mesmo formar chapa com outros partidos.

Para isso, conta o deputado estadual Nunes, os petistas hoje apostam todas as fichas nas conversas e “exercícios”, segundo ele intensificados, dentro do arco de 13 partidos posicionados do lado da candidatura de Rose ao governo. Isso porque, segundo ele, na coligação de Renato Casagrande (PSB), as chapas proporcionais já estão muito “bem amarradas”, e o PT já não enxerga nenhum espaço para se encaixar ali. Sobra, portanto, a coligação encabeçada por Rose.

Mas e se nem entre os partidos fechados com Rose o PT conseguir formar uma chapa?

DESESPERO

Aí resta a última opção, que soa desesperadora: o PT iria para o sacrifício, lançando a própria chapa majoritária, com um candidato petista ao governo e dois ao Senado. Isso, basicamente, para garantir o lançamento das chapas puro-sangue (sem partidos coligados) do PT nas disputas a deputado estadual e federal.

Nesse caso, na eleição para a Câmara, o partido lançará uma chapa completa, com 14 candidatos e seis candidatas (20 é o limite por chapa). Mas, em uma perspectiva realista, a meta de emplacar Helder e Coser ao mesmo tempo vai para o espaço.

Com os votos da dupla de puxadores, somados aos dos demais candidatos petistas que entrariam só para ajudar os primeiros pingando os seus humildes votos (as famosas "mulas"), o PT tem condições de atingir o quociente eleitoral, mas a votação total alcançará para fazer um deputado, sem chance alguma de eleger um segundo nas sobras. Vai dar para o gasto, e olhe lá...

Já na eleição ao governo e ao Senado, que nome minimamente competitivo o PT possui hoje no Estado? Alguém consegue apontar um?

O partido não se preparou para isso. Seria pura improvisação, com candidatos que entrariam no pleito nem mesmo por uma questão de “marcar posição”, mas apenas para fazer figuração e impulsionar os candidatos a deputado.

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O alerta vermelho está vibrando, sinalizando um possível fiasco que pode contribuir para diminuir ainda mais o PT no Estado, após o grande baque sofrido nas eleições municipais de 2016.

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