Publicado em 14 de junho de 2022 às 08:12
O ex-vereador carioca Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, disse nesta segunda-feira (13) que não teve culpa pela morte de seu então enteado, Henry Borel, 4. O político é acusado pelo homicídio da criança. A declaração foi feita durante seu depoimento na 2ª Vara Criminal da capital fluminense, responsável pelo caso. O garoto morreu na madrugada do dia 8 de março do ano passado.>
"Eu não sou culpado disso que estão me acusando. Isso não é verdade, isso não aconteceu, por Deus. Meu relacionamento com ele sempre foi de carinho", disse o acusado, com a voz embargada durante uma fala de abertura concedida pela juíza Elizabeth Machado Louro.>
Em sua fala, Jairinho lembrou de situações da própria infância e fez um histórico da dinâmica dos pais e dos pais de Monique Medeiros, sua ex-mulher e mãe de Henry - ela é acusada de homicídio, falsidade ideológica e coação de testemunha. "A dor é muita doutora. Dói muito. O legista tem os laudos incongruentes. Alguém que agride alguém vai ser abraçado? Eu abria a porta do apartamento e ele saia correndo e falando "tio Jairinho, tio Jairinho". Isso é comportamento de gente que é agredida?", falou o ex-vereador.>
Na denúncia, o Ministério Público afirma que Jairinho cometeu o crime por sadismo. Pela argumentação da Promotoria, ele tinha prazer em machucar o menino, enquanto Monique, tirava vantagens financeiras da situação. Ambos presos desde abril do ano passado acusados de homicídio triplamente qualificado.>
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Jairinho disse que não seria capaz de fazer mal a uma criança. "Quem seria capaz de fazer mal a uma criança? Esse não é meu perfil, essa roupa não me cabe. Henry não teve 23 lesões e a imprensa continua noticiando isso. Tá mais do que provado que não houve [agressões]".>
Ele também disse ter vivido um namoro intenso e feliz com Monique até janeiro de 2019 e apontou que durante esse tempo chamou a atenção dele o comportamento carinhoso da companheira. "O que eu pude observar era que a família era unida e muito feliz. Quem ensinou Henry a ouvir músicas católicas era a Monique; quem ensinava o Henry a orar era a Monique; quem segurava ele no colo como bebê era Monique. Quando falo disso, falo do anjo Henry", contou.>
Jairinho também chorou ao falar da mãe que, segundo ele, não sai de casa desde que ele foi preso. Disse que ela questionava o namoro com Monique, e fez um alerta quando foram morar juntos.>
O ex-vereador defendeu que sua vida pessoal e particular sempre foi marcada por muito diálogo. Afirmou que nunca encostou em crianças e também disse nunca ter pisado em uma delegacia antes do início das acusações.>
O laudo da reprodução da morte do menino afirmou que Henry sofreu 23 lesões produzidas por ação violenta entre às 23h30 e às 3h30 daquela noite. Entre as ações estão escoriações e hematomas em várias partes do corpo, infiltrações hemorrágicas em três regiões da cabeça, laceração no fígado e contusões no rim e no pulmão.>
Monique Medeiros disse durante audiência de instrução, em fevereiro, que foi intimidada e ameaçada de morte dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde está detida. Ela disse também que Jairinho a submetia a uma rotina de abusos e violências físicas e verbais, que teriam começado em novembro de 2020.>
Monique diz ainda que teria sido obrigada por ele a bloquear homens nas redes sociais, a demitir o personal trainer e a apagar fotos de sua conta no Instagram.>
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