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Lula é melhor presidente do Brasil para 43% dos evangélicos; 19% escolhem Bolsonaro

Lula é melhor presidente do Brasil para 43% dos evangélicos; 19% escolhem Bolsonaro

Petista tem menos predileção no segmento religioso do que na média do país, mas supera atual presidente

Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 07:10

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Uma disputa particular entre Lula e Bolsonaro na eleição para vereador no ES
Lula é melhor presidente do Brasil para 43% dos evangélicos. (Divulgação)

Para 43% dos evangélicos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o melhor presidente que o Brasil já teve. Isso é mais do que o dobro do montante (19%) que prefere Jair Bolsonaro (PL), segundo pesquisa Datafolha feita entre 13 e 16 de dezembro.

No patamar geral, 51% dos brasileiros de todas as religiões veem no petista o auge do presidencialismo nacional, numa lista em que também pontuam FHC (7%), Getúlio Vargas (4%), Juscelino Kubitschek (4%) e, embolados com 1%, José Sarney, João Batista Figueiredo, Dilma Rousseff, Tancredo Neves (morto antes de assumir), Itamar Franco e Jânio Quadros.

Evangélicos, portanto, são menos simpáticos a Lula do que a média. Mas a predileção pelo ex-presidente derruba uma tese levantada com frequência por pastores próximos ao bolsonarismo: a de que a maioria esmagadora dos evangélicos é fiel ao atual ocupante do Palácio do Planalto e alérgica ao petismo.

Quando a pergunta se inverte, qual o pior presidente que já comandou o Brasil, Bolsonaro leva a pior: 35% dos evangélicos lhe dão esse título, e 25%, a Lula. A média geral é de 48% e 18%, respectivamente -também mencionados, Fernando Collor (8%), Dilma (7%), FHC (2%) e José Sarney (2%).

Num cenário em que Lula e Bolsonaro duelam no segundo turno, o empate técnico detectado em sondagens anteriores continua: 46% dos adeptos da fé evangélica optam pelo ex-mandatário, e 44% querem ver o atual ser reeleito.

Num primeiro turno com a dupla mais Sergio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), Lula se isola na dianteira: 39% dessa parcela de fé o escolhem, enquanto 33% vão de Bolsonaro. Os demais somam 18%, e o restante se divide em votos brancos/nulos ou ainda não sabem responder.

O líder do Executivo não é bem avaliado por evangélicos em geral, embora o quinhão religioso lhe seja menos arisco do que a média. Enquanto 53% do total de entrevistados avaliam a gestão bolsonarista como ruim ou péssima, 39% dos fiéis dizem o mesmo -em setembro, quando o instituto de pesquisa fez a pergunta pela última vez, 41% rejeitavam o governo.

O atual levantamento contou com 3.666 entrevistados maiores de 16 anos, abordados presencialmente em 191 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. Se considerarmos apenas o bloco dos eleitores evangélicos, a margem vai para três pontos.

É verdade que, sem a base evangélica, que ajuda a brecar sua queda de popularidade, o estrago poderia ser maior para Bolsonaro. Os números, contudo, não são generosos mesmo no eleitorado que tanta atenção recebe do presidente.

A promessa cumprida de emplacar um "terrivelmente evangélico" no STF (Supremo Tribunal Federal), materializada na última quinta-feira (16) com a posse do pastor André Mendonça na corte, foi o aceno mais importante nesse sentido.

As sondagens passadas, contudo, sugerem que Bolsonaro há muito saiu da zona de conforto com o grupo. No começo do ano, a proporção dos eleitores evangélicos que avaliam mal sua administração era de 30%. Pois subiu para 39%. Na via inversa, os 40% que a aprovavam são hoje 32%.

Os números do Datafolha reforçam uma estratégia que o PT deve adotar para tentar cativar o eleitor evangélico: mais foco em temas econômicos e sociais e menos em pautas identitárias --esta, a trincheira por excelência de Bolsonaro com o eleitorado conservador.

No fim de novembro, Lula pediu que o PT não caia na história de que evangélicos "são como se fossem um gado" e recomendou que o partido atente ao perfil do típico frequentador dessas igrejas: pobre, periférico, e com mais mulheres negras do que em outros estratos sociais.

Caberia à legenda, portanto, neutralizar debates que envolvam discussões morais e lembrar para esse grupo que a mesa era mais farta nos tempos petistas.

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