Publicado em 26 de junho de 2021 às 16:15
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou neste sábado (26) que deputados do Centrão estão se preparando para deixar a base de apoio do governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, isso foi dito por parlamentares governistas ontem (25), mesmo dia em que ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. >
"Vários deputados do Centrão falaram que estão se preparando para deixar o barco", disse Miranda neste sábado, durante entrevista. Isso seria uma reação ao escândalo da Covaxin. Miranda evitou, no entanto, citar nomes de deputados que teriam lhe relatado a intenção de deixar a base do governo. "Esta história no Ministério da Saúde é de amplo conhecimento dos deputados", disse.>
O deputado federal e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, denunciaram à CPI da Covid supostas irregularidades na compra da vacina. Em depoimento ontem, eles confirmaram ter avisado o presidente Jair Bolsonaro, há três meses, sobre suspeitas de corrupção na compra da Covaxin.>
Eles relataram uma "pressão atípica" para acelerar a importação. Bolsonaro teria citado o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, como o parlamentar que queria fazer "rolo" no Ministério da Saúde.>
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Hoje, Miranda afirmou que "Bolsonaro sabe que estou certo" e que não combateu o governo do presidente. O deputado também relatou que Bolsonaro teria repassado ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello a questão da compra da Covaxin. "Bolsonaro falou que fez (algo sobre Covaxin), que passou para Pazuello", disse. "Bolsonaro pode ter falado com Pazuello ou pode não ter falado", acrescentou.>
Questionado sobre a postura do presidente após ter recebido a denúncia, Miranda disse que Bolsonaro "pode não ter feito o dever de casa correto". "Tem muita gente que acha que isso é prevaricação" afirmou, em referência ao crime que ocorre quando um funcionário público - no caso, Bolsonaro - deixa de praticar ato de ofício.>
Miranda também procurou se desvincular da base de apoio do presidente da República. "Eu não sou bolsonarista, nem deixei de ser bolsonarista", afirmou. "Não tenho cargos no governo Bolsonaro e as emendas que recebo são do partido", acrescentou, em outro momento.>
Durante a entrevista, Miranda também fez uma defesa da estabilidade do funcionalismo público.>
Segundo ele, seu irmão somente teve a possibilidade de denunciar as supostas irregularidades porque tem estabilidade. "Servidor público, em vez de ser achacado, tem que ser protegido", disse o parlamentar, para completar: "O governo já demonstrou que não gosta de funcionário público.">
Expulsão - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse neste sábado que pretende encaminhar um ofício ao presidente do DEM, ACM Neto, pedindo a expulsão do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, por ele ter "mentido" no caso envolvendo supostas irregularidades na compra de doses da vacina indiana Covaxin.>
"Vou apresentar meu pedido na próxima semana por ele ter atacado diretamente a honra de um dos membros do partido. Não desonrei o partido, pelo contrário, ficou claro que eu falei a verdade", disse o parlamentar. "Ele (Lorenzoni) colocou pessoas para nos atacar, toda a base do Bolsonaro vai nos odiar de graça com uma mentira escancarada", acrescentou.>
Em entrevista coletiva, Onyx acusou o deputado de fraudar documentos e mentir sobre o caso da Covaxin.>
Luís Miranda destacou que cabe ao presidente do DEM pautar o pedido e a decisão fica a cargo do colegiado. "O partido não precisa de uma pessoa assim, acho que o DEM ganhou muito com parlamentares que combatem a corrupção, mas é péssimo para a imagem do DEM ter um membro que defende o errado", completou. O deputado federal e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, concederam entrevista em Live para o site "O Antagonista.>
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