Publicado em 18 de março de 2021 às 16:07
- Atualizado há 5 anos
Com discurso em defesa da união entre os Poderes e sem querer apontar culpados, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (18) que é preciso ampliar a vacinação e aumentar o número de leitos para "evitar essa agonia e esse vexame internacional", em referência à crise sanitária no país causada pela Covid-19.>
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por sua vez, cobrou ações do Ministério da Saúde e coordenação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no enfrentamento à pandemia.>
Nos últimos dias, várias cidades decretaram lockdown para tentar conter a disseminação do coronavírus, após um colapso no sistema de saúde e um aumento do número de mortes. Na quarta-feira (17), o país registrou 2.736 mortes por Covid, o segundo maior número da pandemia, e completou 19 dias seguidos de recordes na média móvel de óbitos, que agora chegou a 2.031.>
Lira participou de uma videoconferência com o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), promovida pela Conjur.>
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Na conversa, Lira, líder do centrão, foi questionado sobre quais medidas podiam ser adotadas para que o país saísse da atual situação de crise sanitária. O deputado destacou, entre outros projetos aprovados pelo Congresso, um que facilita a compra da vacina por estados, municípios e empresas.>
"Não há outras medidas hoje que não sejam facilitar a compra de vacinação, o aumento de leitos e o aumento de vacinas", disse. "Os brasileiros precisam ter esse conforto, e nós precisamos evitar essa agonia e esse vexame internacional.">
Segundo ele, a atual onda da pandemia se dá em um momento em que todos imaginavam que a situação estava sob controle.>
"Houve um desguarnecimento dos governadores, dos prefeitos, na desmobilização dos hospitais de campanha, das UTIs", afirmou.>
"E com essa crise de hoje eu penso que nós temos que nos unir a todos, Judiciário, Legislativo, Executivo, Ministério, a sociedade civil, os empresários, os grandes hospitais, os grandes componentes aí de planos de saúde, para que a gente possa fazer um movimento único, um projeto único para o Brasil, para ter um plano de saída de guerra para este momento que nos aflige a todos.">
Lira criticou a gestão do Ministério da Saúde de Eduardo Pazuello e disse que houve "uma certa celeuma, uma certa crise", porque a programação de vacinação depende de fatores.>
"Não tivemos um retorno correto por parte, em determinado momento, do Ministério da Saúde, e causou toda essa crise com o ministro Pazuello.">
O presidente da Câmara criticou o atraso na vacinação e afirmou que é preciso tomar providências para agilizar o processo, mas "sem apontar culpados, sem apontar dedos.">
"Mas tomarmos providências para que a gente consiga vacinar em massa mensalmente um número bastante razoável de brasileiros", afirmou. "Porque nós somos de longe o país em que mais crescem os casos de contaminação e de mais mortes no mundo. Então nós temos, sim, que nos unir, sem estar apontando justamente culpados.">
Já o ministro Gilmar Mendes criticou o presidente Jair Bolsonaro por frequentemente distorcer decisão do STF e afirmar que o Supremo retirou do Executivo o poder de adotar medidas para conter a pandemia.>
"Você sabe muito bem que o SUS [Sistema Único de Saúde] é um composto por um experimento institucional que permite uma composição da União, dos estados e dos municípios", disse. "Mas surgiu, infelizmente, essa querela federativa de quem é competente para que, para decretar eventualmente lockdown, para fazer isolamento social, surgiu uma grande confusão.">
Segundo Mendes, o Supremo tentou esclarecer, na decisão, que "quem tem competência para gerir um sistema hospitalar tem também competência para decretar lockdown, para preconizar o isolamento social".>
"O que levou o presidente da República a falar que o presidente [do STF] o tinha impedido de agir. Mas isso foi impróprio", afirmou. >
Na mesma linha de Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendeu união, com os principais atores sentando à mesa para discutir e planejar o enfrentamento. Pacheco, no entanto, cobrou coordenação do presidente da República Jair Bolsonaro.>
"Sentar à mesa, planejar e AGIR, o mais rapidamente possível. Isso é fundamental! A situação crítica do Brasil exige coordenação do presidente da República, ações do Ministério da Saúde e toda a colaboração dos demais Poderes, governadores, prefeitos e instituições", escreveu Pacheco em suas redes sociais.>
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