Publicado em 13 de maio de 2024 às 18:43
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, informou que a limpeza da cidade vai custar mais de R$ 100 milhões. Declaração foi dada nesta segunda-feira (13), durante entrevista coletiva.>
Sebastião Melo explicou que custo é para limpar bairros atingidos pela enchente. "Nós temos que limpar a cidade. Eu tenho tido muita cautela e não autorizo nenhum secretário a falar sobre isso. Mas eu posso afirmar que a limpeza da cidade vai custar mais de R$ 100 milhões. Só a limpeza desses bairros atingidos, 30% da cidade. Você vai ter que raspar o lodo, desentupir esses canos entupidos", disse.>
O prefeito anunciou que a administração municipal fechou uma parceria com uma consultoria para recuperar a infraestrutura da cidade. "Já tivemos reuniões. Estão chegando 20 pessoas que vão se instalar em Porto Alegre. Eles vão trabalhar para olhar também a recuperação da cidade. Sozinho nós não daremos conta", esclareceu. Empresa vai atuar sem custo para o município nos primeiros 60 dias, acrescentou o prefeito.>
Melo também pediu que os moradores não retornem para suas casas. Ele confirmou a previsão de que o nível do Guaíba chegue a 5,5 metros. "O apelo que eu quero fazer é que ninguém volte para casa. Tomara que não chegue a 5,5 metros, mas eu tenho que acreditar na ciência, na meteorologia. Então, não dá para voltar. Mais seis mil pessoas podem ser atingidas com alagamento", afirmou.>
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Gestão municipal diz que não haverá muitos danos adicionais caso Guaíba chegue a 5,5 metros. O diretor-geral do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) de Porto Alegre, Mauricio Loss, explicou que a prefeitura não espera por muitos danos adicionais caso o nível do Guaíba suba mais e alcance 5,5 metros. "Nos pontos onde a água ainda não tinha chegado, vai ter uma lâmina, ficando um pouco mais acima, mas não teremos grandes tragédias frente ao que já temos", afirmou.>
O prefeito defendeu que foram feitas manutenções no sistema de contenção de cheias. "O sistema de proteção foi concebido na década de 1960, 1970 e ele foi testado dessa forma pela primeira vez (...) A gente tem que pegar todos os governos de 1970 para cá e fazer essa discussão. O que a gente não pode é fazer um recorte de três anos para cá", destacou.>
Sobre o prazo para a água baixar na cidade, o diretor-geral do Dmae explicou que o cenário é dinâmico. "Nós não temos como prever se serão 15 dias ou um mês justamente por isso: estamos sujeitos a diversas intempéries, que mudam a todo momento. Podemos ter dois ou três dias de vento sul, como podemos ter uma semana de vento norte, que ajuda muito. Mas a gente conseguir prever, é muito difícil", avaliou.>
"Se as 23 casas de bombas estiverem funcionando, o cenário é um. Para bombear, a água também tem que ter baixado no rio. Então, o que vai acontecer na vida prática é que vão ter bairros que vão secar primeiro e outros vão demorar um pouco mais. Não vai ser uma coisa igual para toda a cidade", afirmou Loss.>
Ainda no fim de semana, a projeção de especialistas era de que o Guaíba chegasse à marca de 5,5 metros. O estudo é da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Instituto de Pesquisas Hidráulicas.>
Máxima deve atingir a cidade entre esta segunda-feira (13) e a terça-feira (14). O motivo da subida do nível da água é o vento sul forte somado às chuvas que atingem a capital desde a sexta-feira (13).>
Chuvas no norte do Rio Grande do Sul também influenciam no nível da água. As áreas das bacias dos rios Taquari, Cai, Sinos e Jacuí, afluentes do Guaíba, também receberam fortes chuvas e ventos de cerca de 50 km/h.>
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