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Lava Jato de SP faz operação contra Paulinho da Força por suspeita de crime eleitoral

Lava Jato de SP faz operação contra Paulinho da Força por suspeita de crime eleitoral

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em São Paulo e Brasília, e houve o bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos investigados, segundo informou a PF

Publicado em 14 de julho de 2020 às 10:32

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O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (SD-SP)
Deputado Paulinho da Força (SD-SP) é alvo de operação da PF em fase da Lava Jato . (Alan Marques/Folhapress)

Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira (14), mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em ação conjunta com o Ministério Público Eleitoral. A ação é parte da Operação Dark Side, da Lava Jato de São Paulo, que investiga crimes eleitorais.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em São Paulo Brasília, e houve o bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos investigados, segundo informou a Polícia Federal.

O inquérito policial começou em 2019, com a delação premiada de acionista e executivos do Grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

A investigação apurou a existência de doações eleitorais não declaradas durante as campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012, no valor total de R$ 1,7 milhão.

Os pagamentos teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços advocatícios e do pagamento de valores em espécie, com a ajuda de doleiros contratados. O escritório de advocacia envolvido na operação tem como um dos sócios Paulinho da Força e um genro dele.

Os investigados podem responder por crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de três a dez anos de prisão.

A operação Dark Side é primeira fase da operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo desde o entendimento do Supremo Tribunal Federal que reafirmou a competência da Justiça Eleitoral para crimes conexos aos eleitorais.

O parlamentar afirmou, por meio de nota, que desconhece os fatos e está tomando ciência da apuração pela imprensa, na medida em que sequer lhe foi fornecida uma cópia da decisão que autorizou as buscas.

Caso os mandados digam respeito de fato a alegado caixa dois entre os anos de 2010 e 2012, a partir da delação da JBS, conforme notícias veiculadas, Paulinho da Força diz lamentar o ocorrido, tendo em vista que já se passaram dez anos desde os fatos apontados.

O parlamentar disse acreditar que a apuração chegará à conclusão de que os fatos trazidos não possuem nenhum fundamento.

CONDENAÇÃO

No início de junho, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) a 10 anos e 2 meses de prisão por desvio de verbas públicas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ).

O parlamentar foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por atuar em benefícios da rede de lojas Marisa e da prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista, em três empréstimos junto ao banco estatal que somaram R$ 524 milhões.

Paulinho é um dos líderes do centrão, que tem se aproximado do governo e recebido cargos em troca de apoio na Câmara, e foi condenado por crime contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O colegiado também determinou a perda do mandato parlamentar e a interdição para exercer função pública. O parlamentar, porém, anunciou que recorrerá da decisão, o que pode atrasar o início do cumprimento da pena.

A investigação teve origem em uma operação da Polícia Federal relacionada a uma organização criminosa dedicada a crimes como tráfico internacional de mulheres, favorecimento à prostituição e tráfico interno de pessoas.

Ao longo das apurações, a PF identificou a relação entre o chefe do esquema, Manuel Bastos Filho, e Paulinho da Força.

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