Publicado em 20 de julho de 2019 às 14:24
Tem que ter muito amor envolvido para superar os desafios de cuidar de um animal de estimação com problemas de saúde. No entanto, não é preciso lidar com tudo isso sozinho. O grupo de WhatsApp Amigos de Rodinhas reúne cem pessoas que têm cachorros ou gatos que são paraplégicos ou possuem alguma limitação física. Na rede social, os integrantes trocam dicas e dão apoio emocional uns aos outros.>
Esse amparo a tutora do golden retriever Troy não encontrou há sete anos quando ele caiu da escada e se tornou paraplégico. "As pessoas falavam muitas coisas que me incomodavam e eu resolvi mostrar como era ter um cachorro especial.>
Precisamos falar sobre isso, mostrar que é possível viver com um pet especial", conta Aline Prado Rodrigues, que criou o perfil no Instagram Golden Terriever e o grupo de WhatsApp Amigos de Rodinhas.>
"Com o grupo eu consegui 'morder' as pessoas para passar essa vontade de viver com o cachorro delas o tanto que eu vivi com o meu", diz a influenciadora pet e assessora de imprensa. Troy morreu em 30 de março, aos dez anos de idade, em consequência de um sarcoma histiocítico - um tipo de câncer.>
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Além do apoio emocional, o grupo também oferece dicas para ajudar na rotina dos tutores. Segundo Aline, o uso de fralda e técnicas para esvaziar a bexiga dos cães são assuntos recorrentes entre os participantes. "Os veterinários não estão muito preparados para lidar com esses animais ou não têm didática para ensinar as pessoas", explica.>
Flávia Panella, que adotou uma cachorra paraplégica em novembro do ano passado, é uma das integrantes que se beneficiou com as dicas e vídeos da rede social. A cadelinha Olívia foi atacada por um cão de grande porte, fraturou a vértebra L4 da coluna e foi deixada por sua dona no abrigo Bichos do Gueto. Após o acidente, Olívia não consegue fazer xixi sozinha e a sua nova tutora precisa ajudá-la nessa função quatro vezes ao dia.>
"O grupo ajuda demais porque quando a gente adota um animal especial a gente tem vários medos e ali encontramos um apoio muito bom. A gente vira uma família", diz Flávia.>
As inseguranças já fazem parte do passado e agora a advogada fala com muita alegria sobre a adoção de Olívia. "Ela mudou minha vida. Ela me mostra todos os dias o que é resiliência, o que é superação. Ela não tem autopiedade, ela faz o que ela precisa fazer do jeitinho dela. Dentro de casa ela anda sem cadeirinha, desce escada, sobe na caminha dela. Eu nunca a vejo desanimada, ela está sempre brincando. Eu me sinto muito mais forte para enfrentar obstáculos", revela. A limitação física da cadela de sete anos de idade também não a impede de participar de eventos como o dog day use do Hotel Surya-Pan, em Campos do Jordão.>
Com a troca de ajuda frequente entre os participantes, Mariana Camargo, tutora da golden Olívia, teve a ideia de criar um "consórcio" entre os tutores para comprar cadeirinhas para os cães especiais. Cada membro contribui com R$ 10 por mês e a pessoa contemplada no sorteio adianta o valor da contribuição. Até agora já foram entregues três equipamentos para cães que têm deficiência.>
"Eu ajudo o máximo que eu posso. É gratificante demais saber que eu estou fazendo um bem para o próximo, sabendo que eu passei por aquilo e teve pessoas que me ajudaram também", afirma Mariana.>
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