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Estudo indica que coronavírus evolui de forma mais controlada no Brasil

Estudo indica que coronavírus evolui de forma mais controlada no Brasil

Crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao fato de o país ter tomado medidas de contenção logo no início da epidemia

Publicado em 1 de abril de 2020 às 17:40

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Coronavírus - Covid19
Fiocruz aponta maior controle do Brasil em relação ao novo coronavírus. (Olga Lionart/Pixabay)

A epidemia do novo coronavírus no Brasil está evoluindo de forma mais controlada do que em outros países, como China, Itália, Espanha e Estados Unidos. Esse crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao fato de o País ter tomado as medidas de contenção logo no início da epidemia. No entanto, alertam especialistas, pode ser atribuído também à subnotificação e à demora na notificação dos casos. O problema seria mais grave em São Paulo, onde haveria mais de dez mil exames atrasados.

As conclusões estão na quinta nota técnica do grupo de especialistas da PUC-RJ e da Fiocruz, o Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), que está acompanhando a evolução da covid-19 no Brasil em comparação a outros países. O grupo vem fazendo projeções de curto prazo em três cenários: otimista, mediano e pessimista.

A nova nota, divulgada nesta quarta-feira, informa que entre os dias 21 e 22 de março os casos confirmados no Brasil ultrapassaram a predição pessimista, indicando um rápido crescimento da epidemia em relação aos demais países. Contudo, nos dois dias subsequentes, os casos confirmados estiveram entre o cenário mediano e o cenário pessimista, o que demonstrou uma tendência de diminuição do crescimento. Essa tendência foi confirmada entre os dias 24 e 30, quando os valores realizados estiveram entre o cenário otimista e o cenário mediano.

Segundo o trabalho, assinado por 14 especialistas, “embora parte deste efeito possa se dever às medidas de contenção, ressalta-se que o Brasil apresenta duas dificuldades na mensuração do total de casos positivos identificados: ausência de uma política de testagem ampla e o atraso na obtenção dos resultados e notificações”.

Ainda de acordo com o levantamento, “a primeira afirmação se deve ao fato de não haver testes suficientes para analisar a evolução da doença na população. Já a segunda se deve ao aumento da demanda por testes, associada à falta de recursos e mão de obra qualificada para efetuar uma análise rápida”.

Esse problema seria especialmente mais presente em São Paulo. O Estado terminou o período analisado com 1.517 casos confirmados, abaixo até mesmo do cenário otimista previsto anteriormente, indicando uma tendência de crescimento semelhante à do cenário otimista. No entanto, sustenta o relatório, há relatos de um grande número de exames em atraso no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, chegando a mais de dez mil casos.

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