Publicado em 8 de junho de 2020 às 19:04
Entidades médicas estão preocupadas com a falta de medicamentos para sedação, usados no processo de intubação em pacientes com complicações decorrentes do coronavírus.>
Segundo o Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), secretarias estaduais de saúde relatam ter dificuldade de abastecimento desses remédios nas últimas três semanas.>
Das 25 secretarias que responderam ao levantamento do conselho, feito no começo de junho, 24 apontaram falta do bloqueador muscular, um dos medicamentos listados pela entidade.>
Ainda segundo a pesquisa, mais da metade das secretarias estão com falta pelo menos 11 dos 13 medicamentos com desabastecimento relatado.>
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Na lista, há medicamentos sedativos, anestésicos e bloqueadores neuromusculares utilizados na instituição da intubação orotraqueal.>
A CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde) também recebeu relatos, nas últimas duas semanas, apontando para a falta de sedativos.>
"Temos recebidos informações de grandes redes que têm tido dificuldade de comprar esse tipo de medicamento", afirma Bruno Sobral, secretário-executivo da confederação.>
Segundo ele, a indústria se queixa do preço dos princípios ativos, geralmente importados, que subiu com o aumento do dólar e com a alta demanda mundial por esses tipos medicamento. Nesse cenário, a indústria não está conseguindo comprar e vender pelo preço estipulado, explica Sobral.>
A CNSaúde contabilizou 17 tipos de sedativos em falta baseada nas informações que receberam. "Os hospitais precisam desse medicamento porque não conseguem fazer a intubação [sem eles]. Faz-se um esforço enorme para criar leitos, comprar respiradores, e aí não consegue entubar?", diz ele.>
A confederação registra um maior número de relatos de falta no Norte e no Nordeste do país, regiões que ficam mais distantes de São Paulo e Rio de Janeiro, por onde costumam chegar os insumos no Brasil. No entanto, mesmo nesses últimos dois estados há registro de falta do medicamento.>
Segundo Conass, o Ministério da Saúde respondeu a solicitação de apoio que a própria instituição fez e afirmou ter iniciado adoção de medidas para regularizar os estoques desses medicamentos.>
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) elaborou uma relação de medicamentos que podem ser usados como alternativa.>
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