SÃO PAULO - A democracia encontra-se "instável" no Brasil atualmente, avaliam 68% dos entrevistados de uma pesquisa feita pela Quaest Consultoria a pedido da organização Renova BR, divulgada nesta sexta-feira (15).
Apesar de outros 71% dos respondentes também se dizerem insatisfeitos com os atuais rumos da democracia, o sentimento não impede que a maioria dos eleitores (76%) ainda acredite que as eleições são o melhor meio de se expressar preferências políticas.
Com a representação no Congresso Nacional como foco, a pesquisa ainda identificou que 86% "achariam bom" se existisse uma "alta renovação" de nomes eleitos neste ano, apesar de 2/3 não lembrarem dos votos no Legislativo nas últimas eleições: 66% não sabem em quem votaram para deputado federal, contra 15% que se recordam e 19% que escolheram branco, nulo ou não foram votar.
A Quaest ouviu presencialmente 1.544 pessoas entre 8 e 12 de junho de 2022. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou menos, e o intervalo de confiança é de 95%.
O desejo de mudanças na Câmara não significa que todo eleitor irá se adiantar muito ao pleito, segundo a pesquisa, já que 48% dos entrevistados disseram que cravam o voto somente nos últimos 15 dias - desses, 36% disseram que escolher "na última semana ou mais tarde". Outros 47% disseram escolher um nome "pelo menos um mês antes".
Entre os motivos que justificam o voto, gostar das propostas apresentadas foi a opção mais popular (48%), seguido do fato do candidato ser da mesma região ou cidade do eleitorado (36%).
A pouco mais de 1 mês para o início oficial das campanhas eleitorais, apenas 1% dos entrevistados responderam que o candidato ideal deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois primeiros colocados na disputa, segundo as últimas pesquisas eleitorais. A maioria (47%) privilegia "ser honesto" e "cumprir promessas" na hora de votar.
Os temas prioritários para a campanha são educação e saúde, empatados com 83% das respostas, que podiam ser múltiplas para este questionamento. A economia aparece com 32% dos votos, seguida da infraestrutura, com 11%. O tema da segurança teve 1% das respostas.
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