Publicado em 5 de fevereiro de 2021 às 15:31
- Atualizado há 5 anos
O Brasil deve encerrar o primeiro trimestre de 2021 com 41,2 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus garantidas, o suficiente para imunizar pouco mais de um quarto (26,7%) da população considerada prioritária no País. Outros lotes e fabricantes que poderiam se somar a esse total tiveram suas remessas adiadas ou ainda seguem em negociação, sem previsão de data para entrega ou quantidade exata de fornecimento.>
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, os 27 grupos prioritários somam aproximadamente 77,2 milhões de brasileiros. Considerando que cada vacinação requer duas doses por pessoa, o contingente garantido até o final de março seria o suficiente para imunizar 20,6 milhões de pessoas, considerando também as 10,7 milhões de doses já entregues em janeiro. >
A principal e mais certa aposta do PNI, neste momento, é a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em contrato firmado com o governo federal, o laboratório brasileiro se comprometeu a entregar 27,37 milhões de doses da vacina até o final de março. >
A entrega de 9,3 milhões da Coronavac prevista para este mês será possibilitada com a importação de 11 mil litros de insumos que chegam da China em dois lotes, nos dias 3 e 10, e equivalem a 17,3 milhões de doses da vacina. O excedente dessa produção será utilizado para a remessa de março. >
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O contrato entre o Butantan e o governo federal estipula um total de 46 milhões de doses da Coronavac a serem entregues até 30 de abril. Entretanto, o Ministério da Saúde anunciou na última sexta-feira, 29, uma compra extra de 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões. Na quarta-feira, 4, Dimas Covas, diretor do Instituto, afirmou que essa aquisição adicional será distribuída entre abril e setembro, quando terminar o lote estipulado no primeiro contrato.>
Além da Coronavac, outro lote de vacinas previsto para chegar ao Brasil até o final de março é o da aliança Covax, oferecido pela Organização Mundial da Saúde, através de um consórcio com mais de 150 países. A previsão oficial é de que 1,6 milhão de doses do imunizante produzido pela Universidade de Oxford/Astrazeneca sejam entregues ao País até o final do trimestre, com distribuição prevista para iniciar ainda no final deste mês. >
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por produzir o imunizante da Universidade de Oxford/Astrazeneca no Brasil, também deve começar a entrega de vacinas ao governo federal neste trimestre. O contrato com a Astrazeneca prevê o envio de 14 lotes, cada um com insumos suficientes para a produção de 7,5 milhões de doses por entrega. A primeira remessa chega ao País no próximo dia 8 e, de acordo com a própria Fiocruz, será distribuída a partir de março.>
Neste momento, a Fiocruz negocia também com o Instituto Serum, da Índia, a compra de um lote adicional com vacinas prontas. O acordo, entretanto, ainda não foi fechado e a estimativa inicial de que seriam adquiridas 10 milhões de doses foi retificada pela própria Fiocruz, que ainda não tem previsão de data para quando esses imunizantes chegam ao País. >
Apesar de ainda ter seu futuro incerto, é possível que a Sputnik V também entre nessa balança com outras 10 milhões de doses, quantidade que a União Química diz ser capaz de produzir no Brasil até o final de março. Ainda sem liberação de uso no País, a vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, deve se beneficiar da decisão recente da Anvisa, que dispensa testes da fase 3 no País. Ainda assim, a agência requer um prazo de 30 dias para avaliar o pedido emergencial nessas condições.>
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