Publicado em 28 de novembro de 2019 às 10:34
O Congresso derrubou nesta quarta-feira (27), sete vetos do presidente Jair Bolsonaro à minirreforma eleitoral, incluindo o que impedia os parlamentares de aumentarem o quanto quisessem o fundo eleitoral, destinado a financiar as campanhas políticas. Com isso, os deputados e senadores poderão definir a cada eleição o valor do fundo público. Para a disputa municipal do ano que vem, dirigentes partidários atuam para que a quantia seja de R$ 4 bilhões. O governo propõe R$ 2,034 bilhões. >
Ao retomar parte do texto original da minirreforma, aprovada em setembro, deputados e senadores retiraram os critérios que hoje definem o valor do fundo eleitoral - que agora será discutido a cada eleição. Para 2020, o valor será definido na lei orçamentária anual, que deve ser votada no dia 17 de dezembro, segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). >
Em 2018, o fundo eleitoral destinou R$ 1,71 bilhão para as campanhas a presidente, governadores, senadores e deputados. Parlamentares, incluindo Alcolumbre, alegam que o valor é insuficiente para financiar as campanhas do ano que vem, que envolvem disputas nos 5.570 municípios do País.>
No Congresso, 267 deputados e 49 senadores votaram para retomar a brecha do fundo eleitoral. O próprio governo entrou no acordo para rejeitar o veto presidencial. >
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Dos que votaram contra a brecha, estão parlamentares de Cidadania, Podemos, PSDB e PSL, além de alguns "desertores" de legendas que apoiaram a retomada da proposta.>
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), criticou o "acordão" feito entre os líderes para derrubar o veto. "Foi uma manobra para ludibriar a população e os partidos ficarem com mais dinheiro", disse.>
Além de retomar a brecha para aumento do fundo, o Congresso derrubou veto de Bolsonaro ao trecho do projeto que permite aos partidos usarem recursos públicos para pagar passagem de avião a quem não é filiado.>
Ao vetar este item, o governo alegou que a proposta "desvirtua o escopo do financiamento público da atuação do partido político", pois abre espaço para gastos que não estejam estritamente ligados aos interesses das legendas.>
Apenas um veto presidencial no projeto foi mantido: o que trata sobre prestação de contas dos partidos políticos. O texto aprovado pela Câmara em setembro permitia que as legendas utilizassem qualquer sistema de contabilidade disponível no mercado para enviar os dados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que poderia dificultar a fiscalização e prejudicar a transparência nos dados. Com o veto, eles continuam com a obrigatoriedade de utilizar o sistema próprio da Corte.>
Uma nova sessão do Congresso foi marcada para a próxima terça-feira, para analisar os demais vetos de Bolsonaro à minirreforma eleitoral. Na lista, está o que impediu a volta da propaganda partidária em rádio e TV, exibidos em anos em que não há eleição e no primeiro semestre anterior ao da eleição.>
O Ministério da Economia estima um impacto de R$ 400 milhões no Orçamento do ano que vem, relativo à compensação fiscal dada à emissoras. Ou seja, as empresas de comunicação deixariam de pagar este valor em imposto em troca de levar ao ar a publicidade dos partidos. >
Na época em que a propaganda partidária foi extinta, em 2017, a justificativa dos parlamentares foi de que o valor desta compensação fiscal seria destinado ao fundo eleitoral. >
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