Publicado em 4 de março de 2021 às 17:05
- Atualizado há 5 anos
Após a aprovação da PEC Emergencial pelo Senado, na manhã desta quinta-feira (4), o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que a Casa legislativa cumpriu o seu papel e que agora aguarda do governo federal o envio do auxílio emergencial. >
Pacheco também defendeu discussões sobre a criação de um programa perene de renda mínima para a população vulnerável. >
O Senado aprovou em segundo turno nesta manhã a PEC Emergencial, considerada pelo governo federal como fundamental para destravar uma nova rodada do auxílio emergencial. A proposta agora segue para a Câmara dos Deputados. >
O texto aprovado pelos senadores acabou perdendo durante a tramitação algumas medidas consideradas importantes pela equipe econômica. Por outro lado, o relator Márcio Bittar (MDB-AC) manteve as medidas de ajuste fiscal defendidas pelo ministro Paulo Guedes e incluiu um limite de R$ 44 bilhões a ser destinado para o auxílio emergencial em 2021. >
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Guedes chegou a dizer a interlocutores que poderiam pedir demissão, caso a PEC não fosse aprovada pelo Congresso. >
"Fato é que aquilo que nos comprometemos desde o início da nossa gestão como presidente do Senado, de pautar a PEC Emergencial e aprová-la como uma condição de protocolo fiscal necessário para o auxílio emergencial foi cumprida pelo Senado", afirmou Pacheco, logo após deixar a sessão. >
O presidente do Senado esteve reunido no dia anterior com o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e lideranças no Congresso. Ramos assistiu à sessão nesta quinta dentro do plenário. >
Questionado, Pacheco disse que ainda não há uma definição sobre a data do envio da proposta de auxílio emergencial pelo governo, mas que agora aguarda a movimentação do governo. >
"Agora de fato aguardamos, tanto a aprovação da PEC pela Câmara dos Deputados quanto a apresentação por parte do governo do auxílio emergencial que tanto almejamos", afirmou. >
Pacheco já defendeu anteriormente que a proposta de auxílio fosse encaminhada pelo governo após a aprovação da PEC Emergencial no Senado -antes, portanto, da tramitação na Câmara dos Deputados. >
O presidente do Senado também afirmou que o Congresso pode contribuir na formatação do valor da nova rodada do auxílio emergencial, assim como havia feito no ano passado. Mas ressaltou que isso vai acontecer dentro da responsabilidade fiscal. >
"Dentro da responsabilidade fiscal, das limitações agora impostas pela PEC, obviamente, o objetivo do Congresso Nacional é sempre ter o valor mais digno possível para as pessoas", afirmou.>
O senador mineiro também defendeu a discussão de um programa social perene para atender a população.>
"Uma vez aprovada a PEC Emergencial, que viabiliza o auxílio emergencial, nós temos agora que começar a discutir de maneira muito firme e segura a possibilidade da perenização de um programa social no Brasil, de renda mínima, renda cidadã, que possa dar dignidade a essa camada social que precisará desse alento do Estado até que nós possamos ter uma recuperação plena da economia para gerar emprego", afirmou.>
A PEC Emergencial foi aprovada com certa folga pelo plenário, após a desistência do governo de alguns de seus principais pontos, como a desvinculação dos gastos constitucionais com saúde e educação.>
Bittar também recuou no corte nos repasses do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para o BNDES, atendendo a pedidos de diversos partidos, inclusive da base do governo.>
A versão original da PEC, apresentada por Guedes, previa gatilhos mais duros a serem acionados temporariamente em caso de aperto nas contas públicas, como corte de jornada (e de salário) de servidores públicos em até 25% e redução de pelo menos 20% dos cargos de confiança.>
O relatório final, por outro lado, manteve a desvinculação de receitas para atividades de administração tributária. Isso poderá enfraquecer o funcionamento e a autonomia dos órgãos de fiscalização tributária no âmbito da Receita Federal e dos demais entes federados, segundo auditores fiscais.>
Nesta quinta-feira, o governo correu o risco de a oposição derrubar o teto de R$ 44 bilhões para os gastos com o auxílio emergencial neste ano, mas o destaque que previa essa medida acabou derrubado.>
O governo já havia conseguido, no dia anterior, barrar tentativas de barrar o "fatiamento" da PEC, o que significaria apenas votar uma cláusula de calamidade -para viabilizar o auxílio- deixando o ajuste fiscal para discussões futuras>
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