Publicado em 26 de novembro de 2019 às 08:47
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (25) que, se o Congresso aprovar o excludente de ilicitude em GLO (Garantia da Lei e da Ordem), determinado tipo de protesto --comparado por ele a atos de terrorismo-- deixará de existir. >
"Vai tocar fogo em ônibus, pode morrer inocente, vai incendiar bancos, vai invadir ministério, isso aí não é protesto. E se tiver GLO já sabe que. se o Congresso nos der o que a gente está pedindo, esse protesto vai ser simplesmente impedido de ser feito", disse o presidente ao entrar no Palácio da Alvorada. >
Segundo Bolsonaro, o Congresso é quem vai decidir se isso vai acontecer. "O Parlamento é quem vai dizer se quer que a gente venha a combater esses atos terroristas ou não.">
Na semana passada, o presidente enviou ao Poder Legislativo um projeto de lei que garante o excludente de ilicitude a agentes de segurança pública durante operações de GLO.>
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O excludente de ilicitude é um dispositivo que abranda penas para agentes que cometerem excessos "sob escusável medo, surpresa ou violenta emoção". A iniciativa enfrenta forte resistência na Câmara dos Deputados.>
"Se o governador pedir para baixar decreto, a pessoa para de cometer ato terrorista. Protesto é uma coisa, ato terrorista é outra. Você pode protestar à vontade. Está no artigo 5º da Constituição. Protesto é uma coisa, vandalismo, terrorismo, é outra completamente diferente", disse.>
O projeto de excludente de ilicitude é uma bandeira de campanha de Bolsonaro. >
Na manhã desta segunda, Bolsonaro disse que enviará ao Congresso um projeto de lei que autoriza o emprego pelo governo federal da GLO para reintegração de posse em propriedades rurais.>
As GLOs são operações de segurança autorizadas pelo Poder Executivo que podem ter duração de meses. Elas incluem a participação de agentes de segurança civis e militares, como das Forças Armadas e da Polícia Federal.>
Hoje, é papel das gestões estaduais acionarem forças de segurança locais para fazer cumprir decisões judiciais de reintegração de posse. Para o presidente, no entanto, há governadores que têm protelado a retirada de invasores.>
Em 1996, uma operação da Polícia Militar do Pará para a desobstrução de uma estrada deixou 19 trabalhadores rurais mortos, o que ficou conhecido como o massacre de Eldorado do Carajás. Um ano antes, dez sem-terra e dois PMs morreram num confronto em Corumbiara (RO).>
Desde então, diante da repercussão negativa, inclusive no exterior, governos estaduais têm adotado postura de cautela no cumprimento de decisões judiciais para evitar novas tragédias.>
Com o mesmo receio, o governo federal criou, na época, a função do ouvidor agrário, que existe até hoje. O posto foi inaugurado com o propósito de evitar conflitos e impedir embates entre agentes policiais e manifestantes sem-terra.>
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