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Bolsonaristas pressionam contra exigência de vacina da Covid para crianças

Bolsonaristas pressionam contra exigência de vacina da Covid para crianças

A vacinação é obrigatória para o público de seis meses a cinco anos, conforme previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI)

Publicado em 6 de novembro de 2023 às 19:50

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Parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (6) para pressionar a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que incluiu a vacina contra a Covid-19 no Plano Nacional de Imunização (PNI). A vacinação é obrigatória para imunizar crianças entre seis meses e cinco anos. Deputados da oposição são contra a obrigatoriedade.

Vacinação de crianças contra a Covid-19
A imunização de crianças contra a Covid-19 na faixa de seis meses a 5 anos entrou no calendário anual. (José Cruz/Agência Brasil)

A comissão aprovou convite para que a ministra da Saúde participe de audiência sobre a vacinação. Os deputados da oposição repetem argumentos usados por Bolsonaro, de que a vacina ainda não estaria "pronta" para ser aplicada em crianças. Assinam o pedido para que Nísia dê explicações sobre a vacinação os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição.

Além de chamar a ministra, a comissão também aprovou a realização de uma audiência pública sobre o tema convidando outros profissionais de saúde. O requerimento é de autoria da presidente do colegiado, a deputada Bia Kicis. Ela é autora de um projeto de lei contra a obrigatoriedade da vacinação e já debateu com a ministra sobre o tema, na Câmara, em agosto. Mais de 700 mil pessoas morreram no país desde o início da pandemia, em março de 2020. A primeira pessoa foi vacinada no Brasil em janeiro de 2021.

"Durante a pandemia, ministra, nós vivemos uma verdadeira loucura, em que questionar, querer um pouco mais de segurança, tornou-se quase um crime", disse Kicis, em agosto, que falou que os imunizantes seriam "experimentais".

"Questionamento é muito diferente de desinformação e das chamadas fake news. E foi isso que aconteceu, infelizmente, em relação à Covid. Devo dizer também que a ideia de que a vacina é experimental é uma tese equivocada", rebateu Nísia, na ocasião. "Devo dizer isso em nome da minha convicção científica, baseada no que eu vi em vários órgãos do mundo, e não só no Brasil."

Em 2021, Bia Kicis teve publicações removidas em seu perfil nas redes sociais por decisão das próprias plataformas, que disseram que a deputada divulgou desinformação sobre a Covid-19. Uma das postagens removidas questionava a eficácia da vacina contra o coronavírus para crianças entre 5 e 11 anos.

No final de outubro, o Ministério da Saúde lançou o programa Saúde Com Ciência, que visa combater a desinformação sobre vacinas no Brasil e estimular a imunização. "Sabemos que as fake news estão em todas as áreas, mas, quando se trata de saúde, de vacina, elas colocam em risco a vida da nossa população", disse a ministra, no evento de lançamento.

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