Publicado em 1 de maio de 2023 às 17:47
O relator do PL das Fake News, deputado Orlando Silva (PC do B-SP), afirmou que as grandes empresas de tecnologia estão fazendo um jogo sujo para tentar atrapalhar a aprovação da proposta.>
A declaração foi dada no ato do Dia do Trabalho, neste 1º de Maio, organizado por centrais sindicais em São Paulo.>
"Nós tivemos, em paralelo, uma ação suja das big techs. Eu nunca vi tanta sujeira numa disputa política. Por que o Google, por exemplo, usa a sua força majoritária no mercado para ampliar o alcance das posições de quem é contra o projeto e diminuir o alcance de quem é favorável", disse.>
Segundo o parlamentar, as grandes empresas de tecnologia usam a força econômica e a presença no mercado para distorcer o debate político.>
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Ele também criticou a atuação do ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato, deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que falou em restrição da proposta a versículos bíblicos.>
"Um homem que veio do Ministério Público, que tem formação jurídica, ele sabe que isso é impossível. Mas por que ele opta por fazer isso? É parte desse jogo sujo. E quem deu a ideia para ele foram essas empresas que estão em um trabalho de sabotagem.">
O ato do 1º de Maio, no Vale do Anhangabaú, teve a presença do presidente Lula (PT) e foi organizado pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública.>
O PL das Fake News teve urgência na tramitação aprovada na Câmara dos Deputados na última terça-feira (25). Ele pode ser votado nesta terça (2) no plenário e, se aprovado, segue para o Senado.>
Entre os principais pontos do projeto estão o dever das plataformas de vetar contas inautênticas e a obrigatoriedade de divulgação de relatórios de transparência sobre moderação de conteúdos.>
O projeto também estabelece multa de até 10% do faturamento do grupo econômico no Brasil em caso de descumprimento da lei.>
O texto prevê o pagamento por parte das plataformas pelo conteúdo jornalístico utilizado, sem que esse custo seja repassado ao usuário final. Sobre a forma do pagamento, aponta que a pactuação deve ser feita entre as plataformas e as empresas jornalísticas.>
As plataformas se opõem à ideia de remuneração, e entre os veículos há dissenso. Entidades como Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas) e ANJ (Associação Nacional de Jornais), que reúne os principais veículos de mídia, entre eles a Folha, defendem o PL; veículos menores temem perder financiamento por terem menor poder de barganha.>
O diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, disse considerar que o PL das Fake News é vago. Ele defendeu que a empresa já adota medidas para moderar conteúdo de ódio e que a responsabilidade por violência nas escolas não é só das plataformas.>
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