Publicado em 25 de agosto de 2021 às 14:39
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma alerta nesta quarta-feira (25) sobre movimentos que flertam com um nova ditadura. >
Convidado a falar em um evento promovido por corretora de valores, o magistrado disse que as ditaduras não gostam de livre iniciativa, de empreendedorismo e inovação. >
"Isso vale para os empresários, para os empreendedores, e vale para a política também. Não namorem essa alternativa porque as ditaduras também eliminam a política", afirmou. >
O ministro foi provocado sobre uma séria de temas, incluindo os recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro, as dúvidas lançadas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral e as pautas de interesse do governo que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal). >
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Barroso disse não acreditar em novo golpe de estado, apesar de externado preocupação em função do número de vezes em que é abordado sobre o assunto. >
"As pessoas me perguntam se tem risco de golpe? Eu gostava de dizer que não. E gosto de dizer que não. Não vejo condições para um golpe no Brasil simplesmente porque não há uma causa para se dar um golpe", disse. >
"Eles [limites da democracia] podem ter sido estressados em algum momento, forçados, mas foram bem traçados. E acho, portanto, que as instituições brasileiras, apesar de turbulências a meu ver artificialmente criadas, acho que elas estão funcionando adequadamente." >
O ministro falou sobre as fake news, fenômeno que tem exigido das autoridades atenção especial. Um inquérito que mira Bolsonaro e apoiadores tramita no STF. O presidente também é investigado pelo TSE, incluindo apurações que atingem a chapa presidencial vencedora em 2018. >
Barroso cobrou das plataformas regras e termos de uso claro sobre o que é proibido. >
"Elas têm que agir proativamente para retirar da internet e das mídias sociais em geral tudo aquilo que seja ódio, que seja claramente mentiroso ou que seja perigosameNte antIcientífico", afirmou o presidente do TSE. >
Admitiu, porém, que o quadro é de relativa complexidade porque é preciso combater ódio e desinformação na internet sem comprometer a liberdade de expressão. >
Avaliou que o STF, o Congresso Nacional e a imprensa estabeleceram limites adequados para conter a campanha de ódio e a indústria de mentiras no país. >
A respeito voto impresso, bandeira de Bolsonaro e aliados, Barroso afirmou que dedicar atenção ao assunto é perda de tempo diante dos problemas que o país enfrenta. >
Reforçou declarações que tem feito nas últimas semanas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral e criticou que alimenta teses em sentido contrário. "Quem disse que tinha provas [de fraudes], não as apresentou", afirmou, sem citar o presidente. >
A defesa que Barroso tem feito das urnas eletrônicas o tornou alvo de reiterados ataques de Bolsonaro, que ameaça enviar ao Senado um pedido de impeachment contra o ministro -na semana passada, o presidente concretizou essa intenção em relação a Alexandre de Moraes. >
"Quanto a mim, ataques pessoais eu ignoro, trato com a indiferença possível. Não sou um ator político. Não participo de bate-boca, não paro para discutir miudezas", disse Barroso. >
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