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Adriano é professor da FDV, procurador federal e doutor em Direito Constitucional (PUC/SP). Aylton é presidente do Conselho Municipal de Segurança, advogado e especialista em Gestão Pública (FDV)

Voto consciente está além do debate ideológico entre direita e esquerda

É claro que o eleitor vai escolher candidatos que estejam alinhados com o que pensa que seja o melhor, mas deve ser também para toda a sociedade

  • Adriano Pedra e Aylton Dadalto Adriano é professor da FDV, procurador federal e doutor em Direito Constitucional (PUC/SP). Aylton é presidente do Conselho Municipal de Segurança, advogado e especialista em Gestão Pública (FDV)
Publicado em 06/07/2022 às 11h46

Grande parte da nossa legislação encontra-se ultrapassada e extremamente obsoleta e muitas políticas públicas estão distantes das demandas sociais. Mas como podemos mudar esse cenário?

Todo processo eleitoral é uma excelente oportunidade para a sociedade alterar o paradigma do voto e, neste ano, não se espera algo diferente. A escolha dos representantes políticos deve passar por uma análise de quem está de fato preparado para exercer as funções.

Quando elegemos pessoas que simplesmente bravateiam propostas de mudanças, sem nenhuma análise séria sobre a realidade, contribuímos para manter ou piorar as coisas. Por isso, é preciso estar atento com as músicas que agradam os nossos ouvidos e não se deixar levar pela popularidade de um candidato ou pela quantidade de seguidores que ele tem nas redes sociais.

O eleitor deve ter o cuidado de pesquisar os predicados técnicos e a vida profissional dos candidatos, e deixar de lado eventual apelo midiático que eles tenham. Independentemente de o candidato ser famoso ou não, são importantes as qualificações que foram construídas ao longo de sua história de vida, que não precisam necessariamente ter sido adquiridas nos bancos universitários.

O voto é, dessa forma, um filtro em que só deve passar quem for suficientemente preparado e eticamente comprometido.

É claro que o eleitor vai escolher candidatos que estejam alinhados com o que pensa que seja o melhor, mas que seja o melhor para toda a sociedade. Nesse sentido, um fator importante para levar em consideração na hora do voto deve ser a capacidade de criar boas políticas públicas e redigir projetos de lei que efetivamente façam a diferença positivamente na sociedade.

Para além do debate ideológico entre direita e esquerda, devemos buscar representantes que atuem com vistas ao desenvolvimento social justo, tema de primeira necessidade para um país que vive diariamente a ilusão do salvador da pátria, do herói nacional. A bem da verdade, o verdadeiro salvador da pátria é o próprio eleitor, que detém o poder de escolher e fiscalizar aqueles que definirão o rumo de toda a população pelos próximos anos.

Assim, o voto consciente deve ser precedido de uma criteriosa consulta sobre a vida pregressa dos candidatos, sua idoneidade, suas ideias, suas propostas e de seu partido, e, sobretudo, acerca de seus atributos técnicos, identificando-se, assim, quem mais esteja apto ao exercício da função pública.

Não podemos esquecer que lidar com a política é, acima de tudo, lidar com vidas. Boas intenções não bastam e “achismos” não levam a um bom lugar. Questões que envolvem segurança pública, saúde e educação, por exemplo, são complexas e exigem um mínimo de conhecimento que vai além do senso comum.

O voto consciente é um importante e efetivo instrumento de mudança política e social. Fica aqui o convite à reflexão acerca do perfil de representação que buscamos nas próximas eleições.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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