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É economista e sócio-presidente da Grand Construtora

Vila Velha: de 'cidade-dormitório' a uma das mais promissoras do ES

Esse crescimento precisa vir acompanhado de um ordenamento territorial realmente efetivo de suas áreas urbanas e rurais, afinal, com ele, vem a pressão sobre os serviços públicos e os recursos naturais, só para citar alguns

  • Rodrigo Barbosa É economista e sócio-presidente da Grand Construtora
Publicado em 04/08/2022 às 15h39

O mês chegou com boas notícias para os capixabas. Pela sétima vez consecutiva, a economia do Estado teve resultado positivo em indicador do Produto Interno Bruto (PIB), ficando acima da média nacional em todas as bases de comparação. Um crescimento visível e que se replica tanto na Grande Vitória quanto nos municípios do interior.

Mas como dizia o pai da economia moderna, Adam Smith, “todo progresso tem um preço”. E é assim que, na esteira de uma economia próspera, vem o aumento no adensamento populacional, a demanda por mais moradias e pontos comerciais e, se não houver uma atenção maior de toda a sociedade, a desorganização urbana.

Imprescindível para se garantir melhores condições de mobilidade, acessibilidade, desenvolvimento e qualidade de vida para seus moradores e usuários, o planejamento urbano precisa ser ponto essencial nos debates da gestão e organização das cidades.

Ilustro como pano de fundo o município de Vila Velha, região que acompanho um pouco mais de perto por conta do trabalho e das vivências como empresário da construção civil, já há 24 anos.

Durante muito tempo vista como mera “cidade-dormitório”, a região vem crescendo e desponta com uma das mais promissoras do Espírito Santo, com espaço e potencial para evoluir e se tornar uma grande metrópole.

Mas esse crescimento precisa vir acompanhado de um ordenamento territorial realmente efetivo de suas áreas urbanas e rurais, afinal, com ele, vem a pressão sobre os serviços públicos e os recursos naturais, só para citar alguns.

Com vastas áreas com potencial para serem ocupadas, tanto por projetos residenciais quanto comerciais, Vila Velha demanda atenção especial que mobilize poder público, iniciativa privada e sociedade organizada. Todos têm sua parcela a contribuir para que os novos bairros que surgem cresçam compatibilizando desenvolvimento com qualidade de vida e sustentabilidade, itens indissociáveis a regiões realmente valorizáveis.

Um exemplo inteligente de região planejada e gestão urbana no município canela-verde está no emergente Jockey de Itaparica, um bairro com franco e natural crescimento integrado, que tende a se tornar uma terceira macrorregião litorânea. Localizado em área privilegiada e de frente para a Rodovia do Sol, vem ganhando robustos investimentos do setor imobiliário e desponta como um dos mais cobiçados, atualmente, para se viver e investir.

Tanto ali quanto em outras regiões em crescimento uma observação positiva, a meu ver, está na possibilidade da verticalização de edifícios residenciais e comerciais. Ao contrário do que muitos pensam acredito na verticalização como um meio mais humano de construção.

Ao flexibilizar a verticalização dos prédios gera-se maior aproveitamento dos espaços urbanos, maior afastamento lateral e, consequentemente, mais privacidade para os moradores, mais ventilação circulando por todo o bairro. No contraponto, quanto mais baixo, maior uso do terreno, mais adensamento e menos privacidade.

E esses são apenas alguns dos muitos fatores que devemos considerar, de uma longa lista, se quisermos realmente ter cidades alinhadas ao futuro. Sem o planejamento adequado, estamos fadados à continuidade dos velhos problemas de sempre.

Precisamos antecipar o futuro e criar ambientes estruturados e pensados para beneficiar a população em todos os sentidos. Somente assim conseguiremos usufruir dos frutos de um crescimento econômico constante e que tem feito inveja aos nossos Estados vizinhos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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