Autor(a) Convidado(a)
É superintendente executiva da Bradesco Saúde

Saúde e bem-estar ganham destaque na hora de aceitar um emprego

Há uma série de estudos que confirmam a valorização de benefícios que promovem qualidade de vida e seus efeitos na atração e a retenção de talentos

  • Maria Beatriz Padilha É superintendente executiva da Bradesco Saúde
Publicado em 27/09/2023 às 14h02

Assim como as novas dinâmicas de trabalho, que influenciam as relações entre empresa e colaborador, as prioridades que determinam a escolha do emprego também vêm mudando. E a saúde ganha cada vez mais destaque nessas decisões. Nos processos seletivos, candidatos buscam se informar sobre a gestão desse assunto pelas companhias, com questões como flexibilidade de carga horária, ações de prevenção e oferta de plano de saúde.

Há uma série de estudos que confirmam a valorização de benefícios que promovem qualidade de vida, e seus efeitos na atração e a retenção de talentos. A pesquisa “Benefícios: uma nova realidade”, publicada pela Robert Half em 2022, mostra que 99% das pessoas que estão empregadas levam em conta os benefícios na hora de aceitar uma nova proposta de emprego. Entre as desempregadas, o índice também é expressivo (93%). E a assistência médica encabeça a lista de benefícios citados como mais importantes.

Essa preocupação se conecta com a busca crescente por vida equilibrada. Recente pesquisa da PageGroup com 70 mil pessoas no mundo revela que oito em cada dez trabalhadores brasileiros consideram “saúde mental” e “equilíbrio entre rotina pessoal e profissional” essenciais para a cultura das empresas, acima da média de 70% da América Latina. E que 54% dos brasileiros rejeitariam uma promoção de trabalho se entendessem que ela terá efeito negativo em seu bem-estar.

Entre os pontos de atenção está o burnout, síndrome caracterizada pela exaustão, reconhecida em 2022 como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde, e cujos efeitos para a saúde das pessoas e a produtividade das empresas têm sido cada vez mais tema de debate. Segundo estudos da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), 30% dos profissionais brasileiros sofrem de burnout, e o Brasil é o segundo país com mais casos no mundo, atrás apenas do Japão.

Nesse cenário, ganha força o conceito de “Work-life Wellness”, ou seja, a defesa da flexibilidade e do equilíbrio entre vida pessoal e a carreira. A cultura organizacional deve ser voltada para boas práticas nesse campo, com espaço para a diversidade e para experiências humanizadas, além do apoio necessário para a qualidade de vida dos profissionais.

Trabalho em equipe é uma das características importantes no ambiente corporativo
Trabalho em equipe é uma das características importantes no ambiente corporativo. Crédito: Pexels

Fato é que não há mais dissociação entre as prioridades pessoais e as das empresas. O papel do ambiente de trabalho, com iniciativas de prevenção e promoção da saúde, é tão determinante quanto as escolhas individuais, como atividades físicas, alimentação saudável e mindfulness, por exemplo. A saúde é tema de interesse geral: de colaboradores, empresas e suas lideranças, sobretudo na abordagem das questões ligadas a ansiedade e depressão.

É fundamental que todo e cada colaborador sinta-se respeitado e valorizado, com total condição de equidade, reconhecimento, capacitação e desenvolvimento. O sucesso dos negócios também começa pela satisfação e felicidade de seus funcionários, com a contribuição de um ambiente saudável, equilibrado, diverso e inclusivo.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Saúde Mercado de trabalho Empregos

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.