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É dentista oncológica

Saúde bucal e o risco de câncer: uma relação estreita

Já existem diversos estudos que associam essa condição ao risco de câncer na região de cabeça e pescoço e até mesmo em outras partes do corpo

  • Beatriz Coutens É dentista oncológica
Publicado em 27/07/2023 às 13h45
Saúde bucal: mulher escovando os dentes
Saúde bucal: mulher escovando os dentes. Crédito: Shutterstock

O câncer de cabeça e pescoço ganha destaque neste mês por meio da campanha Julho Verde, voltada para conscientizar a população para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

Essa neoplasia afeta tireoide, laringe, orofaringe, língua e outros órgãos da região, e tem como fator de risco uma condição que nem todos conhecem: a má higiene bucal.

Já existem diversos estudos que associam essa condição ao risco de câncer na região de cabeça e pescoço e até mesmo em outras partes do corpo.

Uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP) mostra que a má higiene oral está diretamente ligada a uma maior probabilidade de desenvolver câncer de pescoço, boca e cabeça.

Um outro estudo, mais recente, chamado “Uma revisão global da evidência que relacionam a saúde oral e as doenças sistêmicas não transmissíveis”, da Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que uma saúde oral comprometida está diretamente relacionada a 23 doenças sistêmicas e cinco tipos de câncer (pulmão, pâncreas, mama, próstata, e região da cabeça e do pescoço).

O câncer de cabeça e pescoço, juntamente com o câncer de boca, correspondem ao terceiro tipo de câncer com a maior incidência no Brasil. E quanto mais forem difundidas informações que visem a prevenção e o cuidado que ajudam a identificar a doença em estágio inicial, maiores são as chances de cura e de procedimentos menos invasivos.

O tempo e as evidências científicas nos mostram cada vez mais que investir em saúde bucal é de fundamental importância. As políticas públicas precisam ser ampliadas no sentido de fornecer assistência àquela grande parte da população que hoje não dispõe de recursos financeiros para tratar os problemas bucais, inclusive as mais simples.

Além disso, faz-se necessário o investimento em campanhas que conscientizem pessoas, especialmente as que possuem menor grau de instrução, que os cuidados com a higiene bucal vão além de uma dentição saudável (o que por si só já seria o bastante), mas também ajudam a prevenir doenças graves, que podem levar à morte e sequelas traumáticas.

Uma população bem informada, consciente, disposta a se disciplinar e cuidar da saúde é a virada de chave para que os males do nosso tempo não fujam ao controle.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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