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Retomada gradual e segura do setor de eventos é necessária

Para essa atividade, ainda não existe um olhar mais atento dos governos. Área não é beneficiada pela Lei Aldir Blanc e empresas do segmento não tiveram acesso às linhas de crédito oficiais

  • Pablo Cotta Pacheco
Publicado em 09/12/2020 às 13h00
Proposta de protocolos sanitários para eventos inclui divisórias entre mesas
Proposta de protocolos sanitários para eventos inclui divisórias entre mesas. Crédito: Raphael Medeiros/ Divulgação

Uma das palavras mais ditas neste momento é empatia. Sim, todos devem ter empatia pelas pessoas que fazem parte dos grupos de risco da Covid-19, pelos familiares das vítimas dessa terrível doença, pelos profissionais da saúde que cuidam dos pacientes neste momento crítico, todos merecem a nossa empatia.

Mas também existe outro grupo de pessoas que merece a empatia de todos. Ao ler este texto, imagine que você, trabalhador, está por nove meses impedido de trabalhar e sem renda, que sua empresa permanece praticamente parada e sem receita, que as contas vencem, as dívidas aumentam e você ainda não sabe o que vai acontecer nos próximos meses.

Essa é a realidade dos trabalhadores, fornecedores e empresas do setor de eventos, shows e entretenimento no Espírito Santo. São milhares de pessoas no Estado, que vivem com muitas dificuldades financeiras, sob enorme estresse e desgaste emocional, além de outros problemas de saúde.

Para esse grupo de profissionais e empresas, que foram os mais afetados pela pandemia, ainda não existe um olhar mais atento dos governos municipais, estaduais e federal. O setor não é beneficiado pela Lei Aldir Blanc. As empresas do segmento, na sua grande maioria micro, pequenas e médias empresas, não tiveram acesso às linhas de crédito oficiais, como Pronampe.

Neste momento, quando os governos anunciam a proibição dos eventos e shows no período de final de ano e verão, o setor, já totalmente debilitado, leva o mais forte e derradeiro golpe. Para quem trabalha neste mercado, trata-se de um período tão importante quanto o mês de dezembro para o comércio e a Páscoa para a indústria do chocolate.

A retomada gradual e segura das atividades é extremamente necessária e precisa ser imediata. O setor apresentou, na semana passada, proposta de protocolos que já se mostraram seguros e eficazes em outros Estados e países.

Também se mostra importante a criação de um mecanismo de ajuda financeira, que possibilite que as empresas se mantenham abertas, que preserve empregos e que fortaleça o segmento para ser um dos indutores da recuperação econômica, a partir do momento que a vacinação permita uma volta à normalidade.

Uma diversificada e extensa programação de entretenimento e eventos fomentará fortemente o turismo, serviços e comércio capixaba. Terá impactos positivos de norte a sul do Espírito Santo, incentivando o turismo local e atraindo visitantes de outros Estados.

Depois de tudo que estamos vivendo, as pessoas vão precisar de momentos de alegria e felicidade. Ninguém melhor do que os profissionais desse segmento para levar essas emoções e experiências para o público.

O autor é empresário e diretor regional da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos (Abrape)

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