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É diretor-presidente da Vports

Porto e ferrovia: parcerias são estratégicas para o crescimento da logística do ES

A renovação antecipada da FCA, cujo processo segue seu fluxo na Agência Nacional de Transportes Terrestres, também deverá ampliar os volumes trazidos por ferrovia ao Espírito Santo

  • Ilson Hulle É diretor-presidente da Vports
Publicado em 31/05/2023 às 14h14
Vports, antiga Codesa, vai fazer investimentos para a melhoria da estrutura do Porto de Vitória
Vports, antiga Codesa, vai fazer investimentos para a melhoria da estrutura do Porto de Vitória. Crédito: Vitor Jubini

Navegar é preciso, já dizia a frase que se tornou célebre no poema de Fernando Pessoa. No caso do Espírito Santo, mais que preciso, navegar é uma vocação. O estado tem posição estratégica, próximo a grandes centros produtores e consumidores do Brasil, o que explica uma movimentação crescente nos portos capixabas –  quase 110 milhões de toneladas em 2022, segundo dados da Antaq, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Melhor que números do passado é saber que o futuro indica um crescimento deste quadro, com os portos do Espírito Santo desempenhando um papel ainda mais relevante para o país.

Acredito que uma das formas de somar eficiência ao nosso sistema portuário seja por meio das parcerias. Quando assumi a administração da VPorts, em setembro de 2022, deixei claro que nossa prioridade inicial seria a recuperação da malha ferroviária do complexo portuário de Vitória, que estava em grande degradação. O transporte sobre os trilhos gera ganho de eficiência e é menos poluente que o modal rodoviário, portanto uma necessidade do ponto de vista operacional e ambiental.

Entendemos que melhor que assumir todo o investimento seria chamar à mesa uma empresa com a expertise necessária para trabalhar conosco nesta operação. Com isso, foi firmado o memorando de entendimento com a VLI Logística, detentora da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), por meio da qual movimenta 25 milhões de toneladas anualmente no estado. De um lado, uma companhia de soluções logísticas que deseja aumentar sua capacidade portuária no Espírito Santo. De outro, a Vports, com a convicção de que é possível operar mais cargas no complexo portuário de Vitória.

É interessante notar que parcerias bem-sucedidas tendem a ser longevas. Olhando para o futuro, a VLI possui um programa de fomento agrícola em parceria com a Embrapa Cerrados, chamado LabCerrado, que pode gerar um volume extra de cargas para o Espírito Santo. Da mesma forma, a renovação antecipada da FCA, cujo processo segue seu fluxo na Agência Nacional de Transportes Terrestres, também deverá ampliar os volumes trazidos por ferrovia ao Espírito Santo – com potencial de impacto positivo não apenas para a Vports, mas para demais operadores instalados no estado.

A logística é uma cadeia complexa, que contém vários elos. É necessário que todos eles estejam fortes e maduros para que os operadores – sejam eles portuários, rodoviários ou ferroviários – atinjam os melhores resultados e possam contribuir para as economias regionais e nacionais. A aproximação de empresas que possuam diferentes especialidades, que unam forças em nome de um objetivo comum, é, sem dúvida, uma boa solução para todo o país.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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