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Pandemia escancara excelência do jornalismo brasileiro

Graças à imprensa, o Brasil seguiu o fluxo mundial de informações sobre o novo vírus, sua forma de propagação, seus impactos na coletividade. Enfim, descortinou esse novo fenômeno que pegou a todos nós de surpresa, mas que não a calou

  • Rodrigo Lins
Publicado em 13/05/2020 às 10h00
Atualizado em 13/05/2020 às 10h00
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Repórteres por todo o país alçaram suas vozes para orientar as pessoas. Crédito: pixabay/congerdesign

As nuances em torno da pandemia do novo coronavírus, desde o início, revelaram que uma nova dinâmica afetaria as sociedades de forma irremediável. Um fenômeno que obrigou uma nova dimensão de aprendizado social que estamos passando com muita força e determinação. Neste contexto, emerge a clara e incontestável competência da imprensa brasileira, que diuturnamente passou a reinventar-se para exercer seu papel social com excelência.

Emissoras foram rápidas na alteração de suas grades de programação, editores e jornalistas ávidos por entender e buscar o máximo possível de informações do novo fato, equipes técnicas dinâmicas e criativas para atender às novas recomendações - uma mobilização gigantesca nos bastidores das redações jornalísticas de todo o país com uma única finalidade: orientar, da forma mais técnica, profissional e rápida possível a população brasileira.

Graças ao trabalho incansável da imprensa brasileira, o Brasil seguiu a tendência mundial do fluxo de informações possíveis e atualizadas sobre o novo vírus, sua forma de propagação, seus sintomas, o impacto na coletividade, enfim, coube à nossa imprensa descortinar esse novo fenômeno que pegou a todos nós de surpresa, mas que não a deteve, não a calou.

Repórteres aguerridos por todo o país alçaram suas vozes para alertar, orientar as comunidades locais e, retrair o contágio do vírus na população. Um feito heroico e digno de mérito a todos os profissionais da imprensa, inclusive equipes técnicas de suporte, que diariamente percorrem, expondo suas vidas, as ruas em busca de informação, para levar até o leitor, espectador ou ouvinte, na segurança de seu lar, a notícia.

É aqui que vem o contraditório: diante de todo esse engrandecedor trabalho da imprensa brasileira, quem deveria protegê-la a ataca. Quem deveria reconhecer o mérito destes bravos profissionais os manda calar. Uma espiral de ignorância e atraso paira sobre alguns em nosso país. Mas a imprensa brasileira não espera afagos e mesmo diante desse circo horrendo e armado realiza com respeito e dignidade seu trabalho de forma impecável.

Não bastasse ter de enfrentar o risco de contaminação pelo vírus nas ruas, repórteres e equipes jornalísticas de todo o Brasil correm perigo de agressões verbais e físicas, com inúmeros casos já relatados pelos órgãos da classe em todo o país. Uma violência burra que atrasa, mas não impede, que diariamente estes profissionais saiam com ainda mais coragem às ruas para exercer seu trabalho.

É lamentável que uma parcela ignorante da sociedade nutra expectativas contra a imprensa e a democracia quando o que todos deveriam esperar e defender é a liberdade da imprensa irrestrita e madura. Esta parcela da sociedade está à margem e ridiculariza-se ao expor seu próprio fracasso no entendimento de mundo e da realidade vigente. Gritarão sozinhos, pois no Brasil e no mundo, não há mais espaço para o radicalismo sectário e visões de atraso.

A história lembrará os fatos e exporá, infelizmente, a vergonha de muitos que ao invés de bradar pela isonomia e atuação livre da imprensa buscou silenciá-la neste período tão crítico. A resposta da imprensa brasileira a este pequeno núcleo autofágico da sociedade está sendo e sempre será a completa e soberana atuação profissional implacável por um Brasil mais honesto e transparente para todos.

Aos colegas profissionais da imprensa só nos resta render uma grande homenagem em agradecimento por todo o empenho e coragem. Sem dúvida, um dos momentos que serão lembrados dessa pandemia, será a atuação excelente e irrepreensível da nossa imprensa no Brasil. Com informação e seriedade, superaremos, todos juntos, esse momento difícil e contemplaremos uma sociedade mais resiliente em breve.

O autor é mestre em Comunicação, especialista em linguagem audiovisual, professor universitário, jornalista e escritor

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